Em um momento em que as promessas políticas ganham força às vésperas das eleições municipais, o prefeito Neto (PP), em busca de reeleição para o seu sexto mandato, destacou as supostas melhorias em sua administração na saúde pública de Volta Redonda. Segundo a assessoria do candidato, o governo de Neto teria reduzido drasticamente a falta de médicos nas unidades básicas de saúde (UBS) do município, com investimentos significativos, como a elevação de salários para atrair profissionais e a contratação de mais médicos.
“Desde 2021, realizamos diversas chamadas públicas para a contratação de médicos e, em 2022, aumentamos os salários para valores entre R$ 10 mil e R$ 20 mil. Com isso, fortalecemos a assistência básica e garantimos médicos nas unidades próximas às casas dos moradores”, destacou Neto em um material enviado à imprensa.
Essa narrativa de progresso e melhoria, no entanto, é contestada por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que têm expressado insatisfação com as condições reais do atendimento nas unidades da rede municipal de Volta Redonda. Em depoimentos compartilhados nas redes sociais, a realidade enfrentada por quem utiliza os serviços de saúde parece ser bem diferente da prometida pela administração.
Um morador relata aguardar há quatro meses para uma simples consulta com um ortopedista, enquanto outro destaca que, mesmo chegando às 8h, só conseguiu ser atendido às 17h, após uma longa espera para tratar um braço quebrado. Outros ainda mencionam dificuldades semelhantes em conseguir atendimento, com alguns postos alegando falta de médicos ou limitando o atendimento a casos de emergência.
“A ampliação foi tão boa que no posto de saúde do meu bairro, para agendar uma consulta é preciso passar por uma triagem para ver se você realmente precisa de um clínico geral,” ironiza um usuário das redes sociais. Outro morador questiona a efetividade da ampliação, afirmando que “só tem uma maquiagem para enganar bobo”.
Além disso, casos de atendimento inadequado também são relatados. Uma mulher denunciou no início desta semana que sua mãe idosa foi mal atendida no hospital São João Batista, onde um médico desconsiderou suas necessidades e sugeriu que ela buscasse um ortopedista, sendo que o mesmo profissional é ortopedista.
Os relatos de frustração e descontentamento contrastam com as alegações da administração municipal, especialmente em um período onde a confiança do eleitor é fundamental. Enquanto o prefeito Neto defende sua gestão, a população continua a enfrentar desafios no acesso a um atendimento médico adequado. A verdade por trás dessas promessas de melhoria ainda está sendo debatida nas ruas e nas redes sociais, refletindo um cenário de insatisfação e desconfiança.