Com estação prevista em VR e Resende: Projeto do Trem de Alta Velocidade entra na fase de licenciamento ambiental

As últimas duas semanas de outubro foram marcadas por engarrafamentos constantes na Rodovia Presidente Dutra, especialmente na região de Piraí, no Sul Fluminense. Os motoristas foram obrigados a buscar rotas alternativas para alcançar seus destinos.

Um dos motoristas afetados foi o prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable (SD), que, acompanhado do secretário municipal de Saúde, Sérgio Gomes, e de um motorista, tentou se deslocar na manhã de terça-feira (29) em direção ao Rio de Janeiro. Devido ao trânsito, Drable precisou alterar seu trajeto.

“Dureza… a gente se organiza, nem dorme direito, sai de casa 5 horas antes… e corre o risco de perder o voo por incompetência da CCR”, desabafou em uma postagem. Optando por passar pela cidade de Mendes, ele conseguiu evitar a perda de um voo para Brasília.

Entretanto, esse cenário de congestionamento pode estar com os dias contados. O projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV) avança, atualmente em fase de elaboração do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e do Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), documentos essenciais para a obtenção da licença ambiental prévia.

Conforme o cronograma, a conclusão dos estudos e projetos está prevista para dezembro, enquanto as desapropriações deverão ser finalizadas até dezembro de 2025. O traçado do trem de alta velocidade, que ligará Rio de Janeiro a São Paulo, terá uma extensão de 417 km e poderá ser percorrido em 1h45min no serviço expresso, atingindo uma velocidade de aproximadamente 350 km/h.

Estações

Dentre as estações planejadas, uma será localizada em Volta Redonda, e as demais estarão na região do Vale do Paraíba, incluindo Resende, Jacareí, São José dos Campos, Taubaté, Aparecida e Guarulhos. As estações finais do trajeto serão a Água Branca, em São Paulo, e a Leopoldina, na região portuária do Rio. As cidades foram escolhidas após negociações com as respectivas prefeituras.

O documento oficial revela que a TAV Brasil protocolou um requerimento para a construção e exploração da estrada de ferro, inicialmente estimada em 380 km, focada no transporte de passageiros. Existe, no entanto, a expectativa de que o projeto se expanda ainda mais. “Posteriormente, poderá haver a criação de novas estações, conforme acordos entre as prefeituras dos municípios conectados pelo TAV”, destaca o documento.

Início das operações

A previsão para o início das operações do trem é dezembro de 2032, com a expectativa de transportar mais de 25 milhões de pessoas anualmente, segundo informações fornecidas à Folha do Aço pela assessoria da TAV Brasil. O contrato para o projeto requer um investimento total de aproximadamente R$ 75 bilhões, a ser financiado por investidores privados, sem a utilização de recursos públicos.

O novo sistema ferroviário será alimentado por fontes de energia renováveis, contribuindo para a redução da emissão de carbono. A economia em emissões é equivalente à preservação de uma área florestal de 225 km² por ano, comparable ao tamanho do município de Recife.

Contrato e sustentabilidade

No ano passado, o grupo TAV Brasil assinou um contrato com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para a construção e exploração do trem de alta velocidade entre São Paulo e Rio de Janeiro. A proposta foi aprovada pela diretoria colegiada da ANTT em 17 de fevereiro de 2023, após a análise das especificações e documentações técnicas apresentadas pela empresa.

“A decisão da ANTT se alinha ao modelo estabelecido pela Lei das Ferrovias (Lei 14.273/2021), que regulamenta a organização do transporte ferroviário e os tipos de concessão para a exploração das ferrovias no Brasil. A nova Lei de Ferrovias foi editada para aumentar a malha ferroviária brasileira, proporcionando segurança jurídica para investimentos privados em projetos ferroviários”, ressaltou o grupo.

Um dos principais diferenciais do TAV é sua proposta de sustentabilidade. A emissão de CO2 do sistema será significativamente menor em comparação a outros meios de transporte, como automóveis, ônibus e aviões, resultando em uma economia de emissões equivalente à preservação de 225 km² de florestas anualmente, o que representa a área do município de Recife.

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