Empresários e moradores às margens da Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em Barra Mansa, começaram a receber notificações sobre a necessidade de desocuparem imóveis localizados na faixa de domínio da via. Alguns proprietários já colocaram seus terrenos e estabelecimentos à venda, diante da confirmação de que perderão o acesso direto à rodovia após as intervenções.
As obras de expansão e reconfiguração do trecho urbano, que tem 27 quilômetros de extensão, estão previstas para começar em 2026 e integram um pacote de R$ 1 bilhão em investimentos no Sul Fluminense, dos quais R$ 500 milhões serão aplicados apenas em Barra Mansa. O projeto inclui a construção de marginais, passarelas, retornos e remodelamento de viadutos, com o objetivo de melhorar a mobilidade e a segurança na principal ligação entre o Rio de Janeiro e São Paulo.
Comércio pede diálogo e acesso facilitado
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Barra Mansa, Gleidson Gomes, afirmou que o setor apoia o progresso, mas pede que as obras respeitem os direitos dos moradores e empresários. “A Dutra corta nossa cidade, e há muitos moradores do outro lado da pista. Nossa maior preocupação é que, com as obras, as pessoas tenham dificuldade em acessar o centro comercial. Estamos buscando sempre mais acessos para o comércio local”, disse Gleidson.
Segundo ele, a CDL e a Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) Sul Fluminense vêm acompanhando de perto as discussões sobre o projeto, especialmente quanto ao impacto sobre o tráfego e a atividade econômica.
Prefeitura acompanha negociações
O prefeito Luiz Furlani (PL) afirmou que a prefeitura tem acompanhado todas as etapas da elaboração do projeto, reforçando a importância da cooperação entre os órgãos públicos, a concessionária CCR RioSP e a sociedade civil.
“É importante trabalharmos juntos nas transformações que vão acontecer na rodovia. Barra Mansa tem a maior faixa territorial da CCR RioSP no estado do Rio, portanto, sabemos que haverá transtornos de trânsito, mas também teremos importantes investimentos para o futuro da nossa cidade”, disse o prefeito, em reunião recente com representantes da concessionária.
Projeto prevê quatro faixas e novas marginais
Segundo a CCR RioSP, as intervenções na região entre Resende e Seropédica incluirão ampliação da pista expressa, construção de marginais e passarelas, além de iluminação e melhorias de drenagem.
“Conforme previsto no contrato de concessão, as melhorias em Barra Mansa têm previsão de entrega até 2029. Nesse momento a concessionária está na fase de elaboração dos estudos técnicos de viabilidade das obras”, informou a empresa.
O Projeto Funcional, que define o traçado e antecipa o Projeto Executivo, será concluído ainda este ano. As obras em Barra Mansa ocorrerão entre 2026 e 2030, abrangendo os bairros Roma, Cotiara, São Silvestre e Floriano. No bairro Cotiara, estão previstas aplicação de faixas, remodelamento do retorno e reestruturação do viaduto.
Nem todos os notificados serão desapropriados
O presidente da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR), Péricles Aguiar, esclareceu que nem todas as notificações significam desapropriação imediata. “Isso só vai ser definido quando o projeto do trecho de Barra Mansa for concluído”, afirmou.
Segundo ele, a ADR integra uma comissão tripartite formada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), pela CCR RioSP e pela própria agência regional, responsável por repassar informações oficiais à população.
“Os ocupantes da faixa de domínio foram notificados, mas isso não significa desapropriação imediata. Só na conclusão do projeto será possível saber quem será efetivamente desapropriado”, completou Aguiar.
O dirigente explicou que a ADR acompanha o tema desde 2018, quando inseriu as demandas regionais no processo de concessão da Dutra. Desde então, a entidade mantém diálogo com cerca de 30 empresas situadas às margens da rodovia, avaliando impactos e orientando sobre adequações.
Tivemos diversos “prefeitos-gambiarra” em Barra Mansa no passado, décadas de 1970 a 1990, e diversas obras tipo “gambiarra” foram realizadas: urbanizações incompletas, ocupações ilegais com anuência do poder público, faixas do DNIT ocupadas por vias públicas e algumas por “amigos” que instalaram pátios e empresas. Agora, uma das “boletas” está chegando. Cabe ao nosso atual prefeito “chupar essa manga”. Boa sorte Furlani.