Pela primeira vez como governador do Rio, o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) cumpriu agenda oficial em Volta Redonda. Na manhã de sábado (dia 9), acompanhado do prefeito Samuca Silva (PSDB), Witzel prestigiou a inauguração da Arena Esportiva Nicolau Yabrudi e conheceu as dependências da futura escolar militar, no Ciep 403 – Maria de Lourdes Giovannetti, no bairro Açude II. No primeiro compromisso do dia, Witzel prestigiou, com Samuca e secretários de estado e do município, vereadores e deputados, a cerimônia de inauguração Arena Esportiva Nicolau Yabrudi, Seu Nula.

Localizado na Avenida Nossa Senhora do Amparo, o espaço passou por obras, recebendo serviços de pintura, implantação de gramados, jardinagem, reparos de tampas, bueiros, banheiros e vestiários, acabamentos, limpeza geral. “Será um grande legado para a nossa cidade. Estamos atentos em ocupar a arena, envolvendo a parte de educação e as modalidades esportivas serão direcionadas para o local. Esse espaço que já era para ter sido entregue, pois é importante para que os nossos jovens tenham oportunidade de sair das ruas”, afirmou o prefeito Samuca.

O espaço construído com 340 toneladas de estrutura metálica e prédio administrativo, arquibancada, passarelas e rampas, tem como objetivo promover atividades esportivas para a população de Volta Redonda. A pista de atletismo será batizada de Arthur Vinícius, o jovem jogador vítima do incêndio no CT do Flamengo.

A inauguração aberta ao público contou com uma programação especial. O evento teve treinos abertos de equipes de corrida, de beisebol, futebol americano, rugby, apresentação de equipe de ginástica da Smel, aulão de luta, de zumba, apresentação e aula de capoeira, atividades recreativas, oficinas de atletismo, além de corridas com atléticas da cidade. Além das modalidades esportivas, a arena vai abrigar a sede da secretaria municipal de Esporte e Lazer (Smel). “Eu acredito muito na prevenção, utilizando a cultura, o esporte e o lazer como enfrentamento da violência”, salientou Samuca. “O esporte é fundamental na formação dos jovens”, reforçou o governador Wilson Witzel.

Escola

Samuca e Witzel ainda foram ao Ciep desativado no bairro Açude II, quevai abrigar uma escola militar, administrada pelo Corpo de Bombeiros. O local será adaptado para voltar a receber alunos. “Quero anunciar que o local está aprovado e que as aulas vão começar em março. Queremos marcar a nossa administração no Rio de Janeiro dando oportunidade para o jovem estudar. Fechar escola jamais! Podemos abrir escolas, mas fechar, jamais”, enfatizou o governador, ao lado de representantes da Coordenadoria Regional de Educação, políticos e moradores do bairro.

Segundo o secretário estadual de Educação, Pedro Fernandes, o Corpo de Bombeiros vai assumir e elaborar a grade curricular da Escola. “Poderemos oferecer até 1,5 mil vagas em Volta Redonda, sendo que, de imediato, já iremos abrir três turmas iniciais e, já no segundo ano, teremos turmas do quinto e sexto anos, já que a escola terá uma sequência de ensino”, disse Fernandes, frisando que o projeto terá a parceria do município, que ajudará na infraestrutura e no transporte de alunos. “Pelo que avaliamos, o emergencial é uma pintura em todo o prédio, e com esta aprovação do governador, tudo agora vai caminhar mais rápido”, garantiu.

A abertura da escola faz parte de uma promessa do governador. Antes de retornar à capital, o governador participou com o prefeito do velório do jogador Arthur Vinícius, de 14 anos (matéria na página 10).

Herança governo Neto

A Arena Esportiva faz parte do pacote do ex-prefeito Antônio Francisco Neto (MDB), que nos últimos meses de seu governo inaugurou obras que ainda não estavam concluídas. No caso do espaço esportivo do bairro Voldac, um levantamento da atual gestão verificou que restaram 10% do serviço para finalizar o projeto. “Foram muitos problemas encontrados na Arena, que foram alvo de relatório feito por nós e encaminhado aos órgãos de controle”, disse o prefeito Samuca Silva assim que assumiu o governo.

No começo de 2017, a Comissão para Análise da Legalidade das Contratações Diretas sem Licitação da prefeitura apurou que restavam ainda 10,29% do serviço de construção civil para ser concluído. O relatório apontou que a gestão anterior deixou de repassar a contrapartida prevista no convênio firmado com o governo estadual. Segundo a Comissão constituída por decreto municipal, o acordo entre prefeitura e Estado para erguer a Arena Olímpica foi de R$ 20,2 milhões. O município seria responsável por aproximadamente 50% do valor. Em janeiro de 2017, quando a atual administração assumiu, constava R$ 5,3 milhões de saldo a pagar em nome do Palácio 17 de Julho.

Sem verba

O relatório revelava que o consultório odontológico construído no interior da Arena não possuía verba para finalizar a obra. O estacionamento estava inacabado. Havia ainda indícios de mudança no projeto de relocação de prédios e desvio de finalidade, além de ausência de licenças. Os dados foram encaminhados em fevereiro de 2017 para apreciação e possível auditoria dos ministérios públicos Federal (MPF) e Estadual (MPE), dos Tribunais de Contas da União (TCU) e do Estado (TCE), além da Câmara de Vereadores. Nenhum órgão se pronunciou sobre o relatório. A Arena Municipal deveria servir como local de treinamento para equipes que iriam disputar as Olimpíadas de 2016.

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