A doação de órgãos é um ato nobre que salva a vida de diversas pessoas. Na véspera deste Natal, terça-feira (dia 24), aproximadamente oito famílias do Estado do Rio de Janeiro tiveram motivos de sobra para festejar. Em um ato de extremo amor e empatia, os familiares de uma voltarredondense decidiram doar seus órgãos, dos quais foram aproveitados os rins, fígado, ossos, córneas e pele, alegrando e dando esperança aos que aguardavam ansiosos na fila para um transplante. A paciente, que estava internada no Hospital São João Batista, em Volta Redonda, foi diagnosticada com morte cerebral. Devido à idade da doadora, outros órgãos, como coração e pulmões, não puderam ser aproveitados.
“Muitas pessoas morrem aguardando um transplante e em uma data tão especial como o Natal essa doação vem como um sopro de esperança para os que mais precisam. Parabéns aos familiares da doadora pelo gesto e à equipe do Hospital São João Batista pelo trabalho. Por ser em uma época festiva, esse ato se transforma em algo muito maior”, explicou o prefeito Samuca Silva.
Há mais de dez anos o Hospital São João Batista conta com uma Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdott), que atua com equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, psicólogo e assistente social. Também é função dos profissionais que compõem a comissão notificar todos os pacientes no quadro de morte encefálica atendidos pela unidade. Nesses casos, é possível a coleta de órgãos para doação, mediante autorização da família. Após os procedimentos, os órgãos vão para o PET (Programa Estadual de Transplante), que gerencia todo o processo no Estado do Rio de Janeiro.
Segundo Daniela da Silva, enfermeira da comissão, o objetivo da Cihdott é acompanhar este processo. “Temos com frequência a captação e doação de órgãos no Hospital São João Batista. Essa é uma data em que as pessoas acabam se sensibilizando e essa família está presenteando outras famílias a partir do momento que aceita a doação e pensa no próximo, mesmo em um momento de dor”, explicou Daniela, acrescentando que a falta de esclarecimento sobre os procedimentos, o conflito de opiniões entre os familiares e a demora na liberação do corpo são fatores que, muitas vezes, dificultam ou atrasam o processo de doação.