Os dados da 17ª edição do Dossiê Mulher foram apresentados na quarta-feira (dia 8), em cerimônia realizada no Palácio Guanabara. Desta vez constam no documento informações inéditas sobre as principais formas de violência sofridas pelas mulheres no estado do Rio de Janeiro. O relatório analisou crimes como feminicídio e violência sexual, além do levantamento inédito dos crimes de stalking (ato de perseguir alguém incessantemente, independente do meio utilizado) e de violência psicológica.

Só no ano de 2021, 604 mulheres foram vítimas de perseguição, sendo que 90% dos casos foram praticados por companheiros ou ex-companheiros das vítimas e cerca de 60% das ocorrências aconteceram dentro de casa.

“No nosso governo, a proteção integral à mulher é prioridade. Por isso criamos a secretaria da Mulher, que atua de forma transversal, coordenando as políticas públicas voltadas para a mulher. O objetivo é fazer um trabalho envolvendo todas as áreas, como Saúde, Assistência Social e Segurança Pública, com programas que beneficiem o público feminino do nosso estado”, disse o governador Cláudio Castro (PL).

Os dados também foram separados por município. Em Volta Redonda, foram 2.042 vítimas, sendo os principais casos de ameaça, com 649 registros, 564 de lesão corporal dolosa e 494 de injúria. Além disso, 56,6% das violências ocorreram na residência da vítima que, em sua maioria, praticados por companheiros ou ex-companheiros.

Barra Mansa registrou 1.084 mulheres vítimas de violência em 2021, com 37,5% sendo de violência psicológica, 28% de violência física e 23,7% de violência moral. As ameaças foram a maior parte dos casos (403), seguidos dos crimes de lesão corporal (295) e injúria (227).

Assim como na cidade do Aço, a maioria das mulheres sofreu algum tipo de violência em suas residências. Outro ponto em comum é que domingo é o dia em que as ocorrências contra a mulher são mais frequentes.

Mais de 18 mil registros

O Dossiê também destaca que a cada cinco minutos uma mulher foi vítima de algum tipo de violência no Estado. Além disso, mais de 18 mil registros de ocorrência relataram mais de uma forma de violência sofrida pela vítima, sendo ela ocasional, constante e até simultânea.

“Com os dados e números do dossiê apresentados, temos a base para traçar os caminhos, sempre atentos ao que está acontecendo em todos os cenários. Vamos dar voz, lutar, enfrentar e nos posicionar contra qualquer tipo de ameaça à mulher, porque todas merecem respeito e liberdade. O desafio é grande, mas seremos assertivos nesta pauta”,  garantiu Thiago Pampolha, vice-governador.

A diretora-presidente do ISP, Marcela Ortiz, destacou a importância de o stalking e a violência psicológica terem passado a ser considerados crimes a partir de 2021, ano do levantamento divulgado na solenidade.

“Os dados apresentados no Dossiê Mulher revelam a violência sofrida por milhares de mulheres no nosso Estado que puderam denunciar os seus agressores. Mas não podemos nos esquecer de tantas outras que sofrem em silêncio. Por isso a importância da criação de políticas públicas no combate a violência contra a mulher, que tem sido prioridade nesse governo. Estamos sempre buscando mudar a realidade dessas mulheres que tanto precisam de nós”, ressaltou Marcela Ortiz.

Acordo de cooperação técnica entre o ISP e a secretaria de Estado da Mulher

Na cerimônia de apresentação do Dossiê Mulher foi firmado um acordo de parceria técnica entre o Instituto de Segurança Pública, vinculado diretamente à Casa Civil, e a secretaria de Estado da Mulher, ambos do governo estadual. A colaboração reforça as ações conjuntas das pastas, na atuação de políticas públicas eficazes no enfrentamento à violência contra as mulheres.

“O trabalho em conjunto com o ISP enfatiza a nossa responsabilidade na produção e aprimoramento de dados e indicadores de gênero. Queremos construir evidências para a qualificação de uma agenda pública eficaz sobre a temática no nosso Estado”, explicou Heloisa Aguiar, secretária de Estado da Mulher.

Imagem ilustrativa

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