Gilmara Oliveira de Faria, mãe da pequena Ketelen Vitória Oliveira da Rocha, e Brena Luane Barbosa, madrasta da menina, foram condenadas, nesta quarta-feira (dia 6), a 57 anos, 9 meses e 10 dias de prisão em regime fechado pelo Conselho de Sentença do III Tribunal do Júri da Capital. A sentença, que abrange os crimes de homicídio triplamente qualificado e tortura, marca o desfecho de um caso que chocou o município de Porto Real.
O crime ocorreu em abril de 2021, quando Ketelen, com apenas 6 anos, foi vítima de uma série de agressões brutais que culminaram em sua morte. Durante três dias consecutivos, a dupla – composta por mãe e madrasta – submeteu a criança a uma verdadeira tortura, envolvendo socos, chutes, arremessos contra a parede, pisões, chicoteadas e até mesmo o arremesso da menina de um barranco de sete metros de altura.
O motivo alegado para as agressões foi o fato de Ketelen ter ingerido leite sem autorização. Mesmo socorrida e hospitalizada em estado grave, a pequena não resistiu aos ferimentos. As condições físicas da vítima chocaram a equipe médica, que constatou sangramento no crânio, marcas de queimaduras de cigarro, vergões pelo corpo e um pulmão paralisado.
A tentativa de ocultar o crime também faz parte do macabro enredo, com as agressoras e a sogra da mãe da vítima inventando uma versão falsa de que a menina teria se ferido em uma estaca.
O juiz Cariel Bezerra Patriota, responsável pela sentença, enfatizou a extrema perversidade do ato, afirmando: “A morte de uma criança de apenas 6 anos não se resume a um ato isolado de homicídio. Trata-se de um ato de extrema perversidade que transcende os limites da compreensão humana.”
Durante o julgamento, foram destacadas as condições desumanas a que Ketelen foi submetida, incluindo o confinamento em um quarto, onde só podia sair para defecar, e alimentação mínima, além das agressões constantes. A mãe, a madrasta e a sogra da mãe foram acusadas de praticar torturas desde dezembro de 2020.
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