Um possível surto de dengue em Volta Redonda está deixando as autoridades de saúde em estado de alerta na Cidade do Aço. Resende, também no Sul do estado, demonstra uma tendência de aumento, ampliando as preocupações para outros municípios da região. Dados provenientes do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan) revelam um crescimento significativo nos casos em comparação com o ano anterior.
Em 2023, foram registradas 586 notificações de dengue em Volta Redonda. Este número, que inclui a semana epidemiológica 49 (3 a 9 de dezembro), representa um aumento superior a 1000%. Isso significa que o total de casos aumentou em mais de 17 vezes em comparação com 2022, que registrou apenas 32 notificações.Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde
A preocupação se intensifica à medida que a temporada de verão se aproxima, trazendo consigo o aumento das chuvas. Este cenário, propício à reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, exige a adoção de medidas preventivas rigorosas. O acúmulo de água em recipientes como pneus e piscinas abandonadas é especialmente propício para a criação de criadouros do mosquito.
“Com a chegada do verão, a prefeitura de Volta Redonda está intensificando as medidas de prevenção e combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Os agentes da Vigilância Ambiental da secretaria municipal de Saúde estão monitorando os bairros, priorizando aqueles com maiores índices de infestação no Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa)”, informou a secretaria de Saúde, por meio da assessoria.
As autoridades de saúde enfatizam a importância da colaboração da população na eliminação de possíveis focos do mosquito. Ações simples, como evitar o acúmulo de água em recipientes, manter caixas d’água e piscinas devidamente vedadas, e utilizar repelentes, são essenciais para prevenir a propagação da dengue.
A coordenadora da Vigilância Ambiental de Volta Redonda, Janaina Soledad, destaca a importância da vistoria semanal nas casas e quintais, enfatizando que a eliminação de possíveis focos de criadouro, especialmente onde há acúmulo de água, é crucial para prevenir a proliferação do Aedes aegypti.
“As dicas de prevenção e combate incluem limpar ou preencher pratos de vasos de plantas com areia, limpar os potes de água para animais, virar garrafas com a boca para baixo, cobrir pneus, limpar calhas, piscinas e ralos, e evitar acúmulo de água em plantas como as bromélias. A população é incentivada a adotar essas práticas regularmente para contribuir efetivamente no controle do mosquito transmissor”, listou.
Tendência de aumento
O estado do Rio de Janeiro apresenta uma tendência de aumento do número de casos de dengue, já estando muito acima do esperado para o momento. O modelo estima o dobro de casos que deveriam já estar no sistema de notificação, mas ainda não aparecem devido ao atraso de notificação.
“Com a identificação do tipo 4 e com o possível surgimento do tipo 3, estamos ainda mais alertas para possíveis epidemias. Seguimos atuantes junto aos 92 municípios para que, caso o cenário piore, as respostas sejam assertivas e rápidas, minimizando os impactos causados à população e, principalmente, para evitar óbitos”, afirma a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello. Até segunda-feira (dia 11), o estado do Rio registrou 43.205 casos da doença, com 2.481 internações e 26 óbitos.
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