A recente onda de chuvas intensas no estado do Rio de Janeiro tem suscitado preocupações acerca do aumento dos casos de leptospirose em diversas regiões, incluindo Barra Mansa. A secretaria de Estado de Saúde (SES) emitiu alertas enfáticos, destacando a necessidade premente de intensificar a vigilância contra essa doença perigosa, transmitida pela bactéria leptospira encontrada na urina de roedores.
Dados recentemente divulgados pelo órgão revelam um aumento significativo nos casos de leptospirose em todo o estado. Em 2023, foram registrados 442 casos prováveis, com 196 destes concentrados entre janeiro e março, período marcado pelas chuvas mais intensas.
Barra Mansa figura entre as cidades mais afetadas pela leptospirose na região. No ano passado, foram notificados 28 casos, com quatro confirmações e um óbito. Este ano, apenas em janeiro, já foram registrados três casos na cidade, conforme informações da própria Secretaria de Estado.
A gravidade dessa situação destaca a urgência de medidas preventivas e de conscientização por parte da população. A leptospirose está intrinsecamente ligada às enchentes, visto que a água contaminada pela urina dos roedores se torna um meio de transmissão. Os sintomas podem variar de febre e dores de cabeça a dores no corpo, vômitos e diarreia, exigindo tratamento imediato.
Diante desse cenário preocupante, especialistas recomendam uma série de medidas preventivas para evitar a contaminação. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são fundamentais para evitar complicações decorrentes dessa doença.
Em Pinheiral, segundo o Departamento de Vigilância em Saúde, foram notificados cinco casos de leptospirose em 2023, sendo dois confirmados. Em 2024, até o momento, não foram registrados casos. A prefeitura de Pinheiral destaca a importância de a população evitar o contato com águas de enchentes e, caso inevitável, permanecer atenta ao surgimento de possíveis sintomas, como febre alta, dor muscular, dor de cabeça, dor nas articulações, náuseas, vômitos, diarreia, olhos amarelados e urina escura. Em caso de manifestação desses sinais após o contato com enchentes, aconselha-se buscar orientação médica.
Perigos de contaminação durante enchentes
e alagamentos
Durante períodos de enchentes, o risco de contaminação é substancial. A leptospirose, causada pela bactéria presente na urina e nas fezes de ratos, pode ser transmitida quando a água da chuva ou a lama contaminadas entram em contato com a mucosa ou feridas na pele. Por isso, é crucial evitar o contato direto com a água. Se inevitável, é recomendável utilizar botas e luvas, ou sacos plásticos amarrados para proteger os pés e as mãos.
Os sintomas da leptospirose incluem febre alta, calafrios, dores musculares e icterícia (pele amarela). Na presença desses sintomas, é essencial procurar uma unidade de saúde para pronto atendimento.
A ingestão de água contaminada pode resultar em diarreia e hepatites. Para evitar essas doenças, é recomendado filtrar e ferver a água antes do consumo, eliminando assim bactérias, vírus e parasitas. Além disso, pode-se higienizar a água adicionando 2 gotas de hipoclorito de sódio (2,5%) em 1 litro de água. A ingestão é segura 30 minutos após a colocação da solução.
Os sintomas da hepatite A incluem cansaço, febre, tontura e sensação de mal-estar, que podem persistir por várias semanas. Quanto ao tétano, é importante ressaltar que os ferimentos e arranhões resultantes de enchentes e deslizamentos devem ser limpos com água e sabão, além do uso de antissépticos.
Além disso, as fortes chuvas podem aumentar a proliferação do mosquito da dengue. Os principais sintomas da doença incluem febre alta, manchas vermelhas, dor muscular, dor de cabeça e no fundo dos olhos, e perda de apetite. Se uma pessoa apresentar esses sintomas, deve procurar imediatamente uma unidade de saúde.
Confira algumas das dicas
recomendadas pelos especialistas:
– Evite contato direto com água ou lama de enchentes ou esgotos, principalmente para crianças;
– Utilize equipamentos de proteção individual, como botas e luvas de borracha, ao limpar áreas afetadas pelas enchentes;
Desinfete áreas atingidas pela lama ou água das enchentes com solução de água sanitária;
– Descarte alimentos que tiveram contato com água de enchente;
– Mantenha terrenos baldios e margens de córregos limpos e capinados para evitar a proliferação de roedores;
– Realize a limpeza periódica da caixa d’água.
Foto: reprodução da internte