Durante a recente campanha eleitoral, abordei uma questão que afeta diretamente o cotidiano dos moradores de Volta Redonda, da periferia leste de Barra Mansa e do Complexo da Califórnia, áreas atendidas pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Volta Redonda (Saae-VR). A falta de abastecimento adequado de água nessas regiões é evidente, e, para garantirmos um futuro sustentável, é urgente a construção de uma nova Estação de Tratamento de Água (ETA).

Atualmente, a ETA Belmonte é responsável por tratar a água que abastece a cidade, mas sua capacidade de 1,2 mil litros por segundo já não é suficiente, mesmo nos meses mais frios. Com a chegada do verão, o consumo aumenta em torno de 20%, agravando a situação.

Reconhecemos o bom trabalho realizado pelo engenheiro Paulo Cesar de Souza, o PC, mas o volume de água tratado pela ETA Belmonte já não atende mais as crescentes necessidades da população, especialmente nas áreas mais altas, onde os moradores vivem pedindo socorro. Como alguém que cresceu em um morro, conheço bem a dificuldade de depender de caminhões-pipa, que muitas vezes são disputados por famílias desesperadas por água.

A situação é alarmante, e não estamos nem no auge do verão. Uma nova estação de tratamento não é apenas uma necessidade, mas uma urgência. Além do impacto direto no abastecimento, a falta de uma infraestrutura adequada tem impedido o desenvolvimento de novos projetos imobiliários. Grandes empreendimentos que poderiam impulsionar a economia local são frequentemente descartados devido à ausência de linhas de abastecimento em áreas estratégicas da cidade.

Com uma população estimada em 300 mil habitantes, somada aos cerca de 100 mil residentes da Região Leste e do Complexo da Califórnia, Volta Redonda precisa de soluções à altura de seu crescimento. Em agosto de 2023, foi anunciada uma solução promissora: o Governo do Estado, por meio do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), aprovou o projeto de construção de uma nova Estação de Tratamento de Água no bairro Aero Clube.

O investimento total de R$ 180 milhões, sendo R$ 90 milhões do Fecam e R$ 90 milhões da administração municipal, representa um passo importante para o futuro da cidade. No entanto, já se passou mais de um ano e nada aconteceu.

Em nosso próximo artigo, abordaremos outro tema que ainda aflige muitos cidadãos: o esgoto a céu aberto, uma realidade que, além de representar um risco à saúde, gera grande desconforto para várias famílias da periferia de Volta Redonda. É fundamental que discutamos soluções práticas e imediatas para esse problema.

Pensar o futuro da cidade é essencial, e garantir um abastecimento adequado de água é o primeiro passo para um futuro próspero e sustentável.

Claro Mariano é bacharel em Direito e jornalista

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