Começou às 10h, na 2ª Vara de Barra do Piraí, o júri popular de julgamento de Christiane de Oliveira Laport e seu namorado, Carlos Rhamon Manoel Ferreira, acusados de ocultar o cadáver da menina Julia Laport Quintanilha, de 11 anos nesta terça-feira (dia 27). Christiane também responde por abandono de incapaz por ter, segundo o Ministério Público, abandonado diversas vezes a filha sozinha em casa.
A criança tinha Síndrome de West, doença grave que ocasiona epilepsia de difícil controle e deficiência mental grave, o que fazia com que tivesse nível cognitivo compatível ao de uma criança de 6 a 8 meses. De acordo com a denúncia, Christiane costumava sair para beber e frequentar eventos noturnos, como bailes funk, e deixava Julia sozinha em casa.
A criança chegou a ser vista pela tia materna, que percebeu que ela estaria muito magra e só mexia os olhos, encontrando-se em local que “fedia muito, com fezes, vômitos e urina”.
Em julho de 2018, a menina morreu e seu cadáver foi ocultado primeiro no armário da residência e, depois, levado por Christiane e Carlos em uma mala que foi abandonada em uma mata.
A comunicação do desaparecimento da menina foi feita seis meses após sua morte, após mobilização de seus familiares diante da ausência de informações sobre o seu paradeiro. O júri está é presidido pelo juiz Diego Ziemiecki.
Sepultamento
Depois de sete meses de angústia para os familiares e amigos, o corpo de Julia Laport Quintanilha foi sepultado na tarde de segunda-feira (dia 26), que tinha sido registrada como indigente. Na última sexta-feira, a Justiça autorizou a mudança da certidão de óbito da menina. O enterro aconteceu no Cemitério Recanto da Paz, em Barra do Piraí.