Embora tenha mostrado queda nas vendas de aço e minério de ferro na
comparação anual, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) anunciou na quinta-feira (dia 14) prejuízo abaixo do esperado pelo mercado para o primeiro trimestre de 2019. O prejuízo líquido foi de R$ 1,3 bilhão ante lucro de R$ 87 milhões em igual etapa de 2019. Analistas, em média, esperavam prejuízo de R$ 2,8 bilhões. A empresa também reduziu sua projeção de investimento este ano em 39%, de 1,8 bilhão para R$ 1,1 bilhão.

O cenário aponta que o resultado operacional negativo servirá de subsídio para a direção da CSN não flexibilizar na negociação do Programa de Participação dos Resultados (PPR). Fontes da empresa consultadas pela Folha do Aço revelam que a proposta a ser colocada à mesa será 50% inferior ao índice do bônus (não PPR) do ano passado (que foi de 1.53 por cento de um salário-base). Para completar, a bonificação seria depositada apenas em dezembro, ou seja, oito meses após o esperado.

Questionado sobre a possibilidade de aceitar a porcentagem de 0.76 por centro de um salário-base, o Sindicato dos Metalúrgicos preferiu não se pronunciar antes do encontro com presidente da empresa, Benjamin Steinbruch, marcado para segunda-feira (dia 18), em São Paulo. O órgão sindical, porém, pretende utilizar como argumento que o resultado para o pagamento dos dividendos dos trabalhadores é referente a 2019 (que foi positivo para a empresa). Prevalecente este
entendimento, não existiria motivo para a CSN não efetuar o pagamento.

No ano passado, com resultado relativos a 2018 a Siderúrgica dividiu R$ 90 milhões em bônus para os trabalhadores. O recurso ajudou na aceleração da economia de Volta Redonda e demais cidades do Sul Fluminense. Por falar nisso, empresas do setor automobilístico instaladas na região, como a Peugeot e Volkswagen Caminhões, já adiantaram o pagamento de 70% do valor negociado de 2020.

A negociação na CSN deve se arrastar por mais alguns meses. Como
forma de pressionar, o Sindicato dos Metalúrgicos prepara uma paralisação na produção da empresa para cobrar a PPR e a interrupção de demissões.

“O Turn over normal da CSN é de cerca de 90 colaboradores/mês. No
entanto, ela não está recontratando e como já foram demitidos nos primeiros meses do ano cerca de 450 funcionários ela já está com esse saldo de PPR: CSN estuda apresentar proposta de bônus inferior a um salário-base demissões”, contabiliza uma fonte do Sindicato. As demissões na empresa estão sendo acompanhadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). O procurador Fernando Henrique Santos
aguarda o resultado da reunião de segunda-feira do Sindicato e a direção da empresa para definir as providências a serem tomadas.

Alto-forno 2

Em teleconferência de resultados do 1º trimestre de 2020, na tarde de
sexta-feira (dia 15), o presidente da CSN, Benjamin Steinbruch, diferente do previsto, não anunciou o abafamento do Alto-Forno 2. A empresa segue avaliando o mercado. Pelos cálculos de engenheiros com experiência em siderurgia, a paralisação o equipamento geraria uma economia diária de R$ 12 milhões à empresa.

A Usiminas, Gerdau e Cosipa desligaram os altos-fornos de suas fábricas tão logo a pandemia do novo coronavírus foi decretada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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