Terminou sem avanço a nova rodada de negociação entre as direções da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e do Sindicato dos Metalúrgicos para definir o percentual do Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente a 2019. A reunião aconteceu no final da tarde desta segunda-feira (dia 18) no escritório da empresa, em São Paulo.

O SindMetal classificou como “pacote de maldades” os termos apresentados à mesa pela CSN. A pauta com os números, porém, não foi mencionada. “A Companhia insiste em negociar uma proposta que contenha várias outras medidas para tratar do momento atual, que os trabalhadores brasileiros vêm enfrentando”, registra o boletim da entidade sindical, lembrando que o acordo começou a ser discutido no ano passado.

A princípio, como a Folha do Aço antecipou na edição impressa dessa semana, a proposta da empresa é pagar uma bonificação (não a esperada PPR) no valor proporcional a 0.76 por cento de um salário-base. Desta forma, o trabalhador que recebe R$ 1 mil teria direito a R$ 750,00. 

Suspensão temporária das demissões

Conforme o site da Folha do Aço antecipou há duas semanas, a CSN iniciou o processo de demissão de funcionários. Somente nos primeiros dias, cerca de 200 trabalhadores foram desligados na Usina Presidente Vargas.

As previsões são ainda mais pessimistas e este número, se somadas todas as unidades do grupo, pode chegar a dois mil, devido aos efeitos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus. Oficialmente, a CSN não se pronuncia sobre o assunto.

Todavia, no boletim publicado na noite desta segunda-feira, o Sindicato frisa que a direção da empresa reafirmou o compromisso acordado anteriormente de não demitir funcionários, enquanto não for encerrada a pauta sobre o PPR. Um novo encontro entre as partes está programado para sexta-feira (dia 22).

Desconforto

A postura de estender o máximo possível a corda, como tem feito a CSN na condução da negociação sobre o PPR, causa desconforto internamente no Sindicato dos Metalúrgicos. Até porque, grupos do setor automobilístico com fábricas na região, como a Peugeot e Volkswagen Caminhões, adiantaram o pagamento de 70% do valor negociado já referente ao ano de 2020.

“A CSN manteve, mais uma vez, a tradição de ser a empresa mais lenta nas negociações. E, dessa vez, parece bater o recorde, marcando reunião sem definir o principal. Estamos segurando a insatisfação dos trabalhadores para que haja uma negociação que, pelo menos, não aumente o estrago, uma vez que prejuízo já causou”, salienta o presidente do SindMetal, Silvio Campos.

A CSN também se mostra disposta a prorrogar para dezembro o depósito do bônus, o que desagrada, e muito, os representantes dos metalúrgicos. Como forma de pressionar, o Sindicato dos Metalúrgicos prepara uma paralisação na produção da empresa para cobrar a PPR e a interrupção de demissões. A entidade, porém, assegura que permanece aberta à novas rodadas de debates sobre o PPR. 

“O Sindicato sempre se mantem disponível para negociar e espera da empresa mais responsabilidade na negociação. Afinal, são milhares de funcionários na expectativa desse pagamento, que é um direito garantido por Lei”, afirma o presidente Silvio Campos.

Ainda de acordo com o SindMetal, a empresa afirmou que “continuará negociando durante a semana e que até sexta-feira terá a definição de uma proposta quanto ao PPR/abono”. Aos trabalhadores da maior siderúrgica do país só resta aguardar.

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