Durou pouco mais de um mês a passagem do vereador cassado Paulinho do Raio-X pela Prefeitura de Volta Redonda. A exoneração foi comunicada no ofício 0350/2021 encaminhado à 1ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva pelo Palácio 17 de Julho.
O Ministério Público apurava a notícia anônima recebida por meio do sistema de Ouvidoria do órgão, dando conta da possível ocorrência de ato de improbidade administrativa praticada pela contratação de Paulinho para o cargo de diretor I do Fundo Municipal de Saúde de Volta Redonda. “Diante do exposto, entende-se que não há irregularidade a ser investigada ou combatida por este órgão de execução, razão pela qual indefiro de plano a presente notícia de fato e determino, após o decurso do prazo para a interposição do recurso administrativo, o seu acautelamento na secretaria”, consta no despacho com data de 21 de abril o promotor Leonardo Yukio Dutra do Santos Kataoka.
A contratação de Paulinho do Raio-X como “reforço” para a equipe do prefeito Neto (DEM) foi publicada no Diário Oficial do município do dia 8 de abril, com nomeação retroagindo a 1º de março de 2021. A presença do ex-vereador no governo chegou a provocar descontentamento em servidores das unidades de Saúde. O tom autoritário do ex-parlamentar rendeu uma série de reclamações.
Paulinho foi o primeiro vereador da história de Volta Redonda a ser cassado por suspeita de corrupção. A passagem dele pela Câmara Municipal durou 3 anos e 8 meses. Por unanimidade dos votos dos 19 parlamentares presentes, o plenário da Casa cassou, em agosto do ano passado, o mandato do técnico de radiologia.
Ele foi denunciado por infração político-administrativa e quebra de decoro parlamentar, cinco meses depois de ter sido preso em flagrante, pela Polícia Civil e o Ministério Público, por supostamente tentar extorquir o prefeito Samuca Silva (PSC), com a promessa de barrar requerimentos de impeachment na Casa. Até o início da noite de quinta-feira (dia 22), a exoneração de Paulinho não tinha sido publicada no Diário Oficial.