Os moradores de Volta Redonda sabem que uma grande fatia das áreas privadas de Volta Redonda fazem parte do patrimônio da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Reflexo da privatização, o combo imobiliário adquirido pelo empresário Benjamin Steinbruch, ao longo das últimas três décadas, refletiu diretamente no desenvolvimento urbano do município.
Vez ou outra surgem comentários sobre a possibilidade de mudança deste cenário, com a retomada pelo poder público de parte das terras, hoje isoladas com cercas de arame e porteiras. O tema é complexo, e é pouco provável que se torne viável.
Porém, há uma ponta de esperança de tornar as áreas e imóveis da CSN “produtivos”. Essa chance passa pela revisão do Plano Diretor Participativo de Desenvolvimento Urbano de Volta Redonda 2021. A atualização das leis para reger os eixos principais do documento está na fase da apresentação de emendas substitutivas ao Projeto de Lei de autoria do Poder Executivo.
Para chegar à proposta final, foram realizadas audiências públicas e seminários com a participação da população, arquitetos, urbanistas e representantes de outros setores da sociedade organizada. O projeto tem como objetivo promover zoneamento, que define onde estarão áreas com vocação comercial ou residencial, áreas verdes e rurais; parcelamento, que trata da divisão de terras em lotes, definindo regras para tornar uma área não habitada em habitada; e edificações, que define padrões para construções de acordo com o local que está dentro do município.
Interessada direta no tema, CSN marcou presença na reunião de quinta-feira (dia 30), na Câmara Municipal, onde a redação final do Plano foi mais uma vez discutida. O grupo liderado por Benjamin Steinbruch pode ser atingido diretamente com uma possível alteração. Isso porque, as novas diretrizes estão assentadas na potencialidade existente de que o aglomerado urbano, formado pelos municípios de Volta Redonda, Barra Mansa e Pinheiral, consolide e amplie a sua área de influência regional no prazo de vigência deste instrumento legal.
O Projeto também estabelece medidas de fortalecimento e diversificação das atividades de negócios, comerciais e de prestação de serviços nas centralidades existentes. No caso de Volta Redonda, a implantação de novas centralidades nos bairros Aero Clube (onde a CSN tem muitas áreas fechadas) e Aterrado dirigidas às demandas por atividades de referência pública, sociais e produtivas de caráter local e regional, especialmente um Novo Centro Cívico Municipal “para congregar os poderes públicos Municipais de forma mais moderna e funcional”.
Vale frisar que um dos itens do Projeto de Lei determina a efetiva ocupação dos imóveis vagos, edificados ou não, na malha urbana consolidada do Município, estimulando o adensamento em níveis os mais elevados possíveis.
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Este é um momento impar para que Benjamin Steinbruch possa se reconciliar com a cidade e a cidade reconhecer a importância deste empresário.
Tomara que prevaleça o bom senso e amor ao próximo.