Mesmo ainda diante de um período de muitas incertezas, com aumento de casos do novo coronavírus, o clima de volta às aulas já está no ar e na vitrine das lojas de material escolar. Com o avanço da vacinação para crianças menores de 12 anos e o retorno das aulas presenciais, a criançada mal pode esperar para rever os amigos, conhecer a nova turma e, claro, esbanjar os itens novinhos, como mochila, estojos e lápis.

As unidades das redes pública e privada já têm data marcada para o início do ano letivo. As aulas da rede estadual de ensino começam no dia 21 de fevereiro. Na maioria dos colégios particulares da região, as atividades retornam já na primeira semana do mês que vem. E, apesar da proximidade, quase 80% das famílias ainda não compraram a lista de material escolar, segundo levantamento do Instituto Reclame Aqui.

A advogada Mariana Sobreira, porém, não faz parte desse quantitativo e já está percorrendo lojas em busca do melhor preço. “Com tudo aumentando e muitos impostos neste começo de ano, o negócio é pesquisar”, ressalta Mariana que tem dois filhos em idade escolar, além de uma bebê.

Proprietária de uma papelaria com três lojas na região, Carolina Ferreira diz já ter notado um movimento maior de clientes pesquisando preços. Segundo a empresária, muitos pais estão adiantando as compras para não deixar para a última hora.

“Os itens mais procurados variam um pouco de acordo com a faixa etária dos estudantes, mas, em geral, os cadernos e fichários são muito procurados, as capas mais atuais, licenciados e também materiais de uso pessoal, como canetas, lapiseiras, borrachas”, enumera.

Carolina ressalta que, como tudo teve reajuste significativo no último ano, os itens de material escolar não ficaram de fora dessa lista. “Porém, os produtos nacionais tiveram um aumento um pouco menor em relação aos produtos importados, que, devido à alta do dólar, subiram bem mais”, explica.

Apesar disso, os consumidores que decidirem fechar negócio em uma das lojas de Carolina têm facilidade no pagamento. “Nós oferecemos diversas formas de pagamento como dinheiro, PIX, cartões de débito ou crédito e parcelamos também. Para facilitar ainda mais, colocamos alguns itens em promoção, como mochilas e estojos”, acrescenta.

Também lojista especializada em itens de papelaria, a comerciante Christiane Mohalem observou um movimento diferenciado desde dezembro. “Estamos vendo as famílias mais empolgadas com essa volta ao presencial. Vemos a presença das crianças este ano para a compra do material, que no ano passado quase não teve. Como iam ficar em casa, os responsáveis compravam somente o necessário e o restante iriam aproveitar o que já tinham em casa mesmo”, explica. Entre os itens mais procurados, a empresária também destaca os cadernos, estojos, mochilas e canetas.

Sobre os preços dos produtos, a lojista é mais uma a falar sobre a subida considerável em relação ao ano passado. “A cada compra tem um reajuste, está difícil de conseguir segurar o preço. Mas já oferecemos três tipos de orçamentos prontos, com o valor de barato, intermediário e o valor com os melhores produtos. Isso já ajuda bastante na vida do consumidor”, diz Mohalem.

De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), os preços desses produtos subiram, em média, entre 15% e 30% em 2022, impulsionados pelo preço das matérias-primas e pela alta do dólar nos últimos dois anos.

Para atrair o cliente, os lojistas apostam na criatividade e nas mídias sociais. A papelaria de Christiane Mohalem, por exemplo, faz orçamento pelas redes sociais e oferece entrega domiciliar.

“Temos nosso WhatsApp para pedidos, orçamentos e vendas. Instagram, onde postamos todas as novidades que chegam. E agora também trabalhamos com delivery. Com isso, até as pessoas que não estão saindo de casa têm acesso à informação e facilidade para comprar. Ah, também temos o serviço de fazer etiquetas personalizadas e encapar o material. Resumindo: o cliente pode fazer absolutamente tudo da sua casa ou de seu trabalho”, finaliza Mohalem.

 Dicas para economizar

Os preços de materiais escolares variam muito em cada loja, por isso, especialistas recomendam o planejamento e a pesquisa para economizar na compra sem renunciar à qualidade nos estudos das crianças. Confira as dicas:

– Por se tratar de uma despesa recorrente e previsível, fazer um planejamento meses antes é fundamental e vai ajudar a evitar surpresas desagradáveis na hora de ir às compras;

– Ao receber a listagem da instituição de ensino, vale analisar os itens que a criança já possua de anos anteriores, verificar os que estão em bom estado de conservação para serem reutilizados e, assim, riscar da lista;

– Nos casos dos livros, vale a pena procurar por alunos de turmas mais avançadas e tentar adquirir esses itens por um preço menor ou até mesmo a base de troca;

– Uma dica muito boa e que tem sido utilizada por diversos grupos é reunir os responsáveis para comprar por atacado. O desconto costuma é considerável;

– Questione, na papelaria que decidir comprar, sobre desconto à vista e outras facilidades. No pagamento à vista, você consegue pagar um preço mais justo e, assim, evitar empurrar mais uma despesa para os próximos meses.

Procon-RJ esclarece

O Procon do Estado do Rio de Janeiro orienta aos responsáveis que fiquem atentos se o material solicitado pela escola é de uso individual ou coletivo. Outra dica é observar se a atividade está prevista no plano pedagógico. “Seja o ensino presencial ou híbrido, nada muda em relação aos itens que não podem ser solicitados pelas instituições”, alerta o órgão.

Itens que não são escolares, genéricos, e que não fazem parte da execução do plano pedagógico, como materiais de escritório, de ornamentação da escola, de higiene e de limpeza, ou de uso coletivo, não podem ser pedidos na lista de material escolar. Estes produtos devem estar previstos nos custos já embutidos no valor da mensalidade e, se aparecerem na lista itens de uso comum, o consumidor deve questionar à escola a cobrança desse tipo de material.

Também é proibido à instituição de ensino definir a marca dos itens da lista e condicionar a compra dos materiais a determinada loja, salvo uniforme e materiais didáticos próprios da escola. Os consumidores sempre devem ter liberdade de pesquisar e comparar os preços, comprar os materiais que escolher e na loja onde melhor se adequar sua capacidade financeira.

Inmetro recomenda

O Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) alerta que na escolha de itens da lista das escolas, a recomendação é dar preferência aos produtos que exibam o selo do Inmetro.  Essa referência indica que os produtos atendem a requisitos mínimos de segurança, a fim de evitar acidentes e riscos às crianças, e é a evidência de que os itens foram testados e estão em conformidade com a norma aplicável.

Alguns pontos verificados pelo instituto para conceder o selo são bordas cortantes, pontas perigosas, além da presença de substâncias tóxicas em itens que possam ser levados à boca ou com risco de serem ingeridos ou inalados. Caso o consumidor encontre produtos sem o selo no mercado formal, deve denunciar o fato à Ouvidoria do Inmetro, no número 0800 285 1818.

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