Um dos pontos turísticos mais visitados por moradores do Sul Fluminense, de outras cidades brasileiras e até do exterior, a região de Visconde de Mauá contempla em um mesmo ambiente as belezas naturais – como as cachoeiras e trilhas – e o clima de tranquilidade da serra – fundamental para renovar as energias em tempos agitados, como os dias hoje. O único senão ainda passa pela questão do deslocamento pela RJ-163, constantemente prejudicado pelos buracos e quedas de barreiras.
A batalha por melhorias no acesso ao alto da Serra da Mantiqueira é antiga. Moradores e empresários do setor de turismo, por diversas vezes, tentaram chamar a atenção das autoridades buscando uma solução. Há cerca de dois anos, finalmente o grupo começou a ser ouvido, com o governo do estado iniciando as obras de melhorias no trecho entre Penedo e a parte alta da serra.
A expectativa era que os trabalhos fossem concluídos no primeiro semestre deste ano, o que não aconteceu. Um dos entraves é um processo de desapropriação de terras nas proximidades do trevo de acesso à Serrinha do Alambari. O imbróglio judicial impede a conclusão do serviço em um trecho de 680 metros. A informação foi confirmada pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ). “A previsão de término é dezembro deste ano”, diz o órgão do governo do estado.
Ainda segundo o DER-RJ, “estão sendo realizadas obras de pavimentação e drenagem; a construção de duas pontes; alargamento da estrada, com construção da 3ª faixa, em 14 km da RJ-163”. O investimento até o momento é de R$ 61 milhões.
Preocupação
Representante do Conselho Regional do Turismo da Região das Agulhas Negras, Eliel de Assis Queiroz demonstra preocupação com a possível interrupção nos trabalhos de reconstrução da estrada. “Trata-se de um trecho de barrancos em decomposição, pedras escorregando e várias árvores em posição horizontal, prestes a cair. Com as chuvas já caindo, esse barranco irá entrar no ‘efeito esponja’, absorvendo água e aumentando o peso da encosta”, observa.
Segundo ele, a estrada é a principal via de acesso entre Penedo e Visconde de Mauá, e a paralisação dos serviços pode prejudicar o escoamento da produção agrícola, além de afetar o turismo. “Vão esperar morrer pessoas e causar prejuízos econômicos à região para resolver essa aberração? O interesse individual está se sobrepondo ao interesse público, um absurdo”, pontuou Eliel.
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