O boletim semanal Panorama da Dengue, divulgado nesta sexta-feira (dia 16) pela Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), mostra que o estado está com um número de casos prováveis de dengue seis vezes acima do limite máximo esperado para esta época do ano, de acordo com a série histórica dos últimos dez anos. Nos municípios do Sul Fluminense (Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Valença, Vassouras, e Volta Redonda), foram contabilizados 5.762 casos da doença em 2024.

A análise mostra ainda que a tendência de aumento na transmissão de casos se mantém pela nona semana consecutiva. Até 15 de fevereiro, foram registrados 41.252 casos de dengue em todo o estado, número equivalente a 80% dos casos notificados em todo o ano de 2023, quando o Rio de Janeiro teve 51.479 casos da doença.

Elaborado pelo Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ, o boletim tem como diferencial o uso de um modelo de cálculo epidemiológico conhecido como nowcasting, que leva em conta o atraso de inserção de dados no sistema de vigilância. O período analisado pelo boletim corresponde à Semana Epidemiológica 6 (SE 6), que vai de 04/02/2024 a 10/02/2024, incluindo o período de Carnaval. Foram registrados neste período 6.593 casos. Com base no modelo de análise, a secretaria estima que mais de 25 mil novos casos devem ser registrados para o período. Ou seja, cerca de 19 mil registros ainda devem entrar no sistema.

O Panorama da Dengue apresenta também o indicador Excesso de Casos (EC), que mostra quantas vezes o número de casos registrados excede o limite máximo considerado dentro do esperado para o momento atual. Por essa métrica, as Regiões Metropolitana I – que inclui a capital e Baixada Fluminense – e Serrana são as que apresentam o maior excesso de casos (20 vezes e 5,6 vezes, respectivamente). Em seguida vêm as regiões Centro-Sul (EC = 4,7 vezes) e Baía de Ilha Grande (EC aproximado de 3 vezes), onde estão Angra, Paraty e Mangaratiba.

“A Secretaria de Estado de Saúde vem monitorando o crescimento da transmissão em todo o estado e oferecendo apoio aos 92 municípios do estado, com treinamento de profissionais de saúde com os protocolos de diagnóstico e tratamento dos pacientes e envio de insumos, equipamentos e medicamentos para montagem de salas de hidratação nos municípios, entre outras ações. Mas é importante também que a população esteja junto conosco neste momento, com uma série de medidas para controlar e eliminar focos de dengue dentro de casa, onde ficam 80% dos criadouros do Aedes aegypti”, afirma Claudia Mello, secretária de estado de Saúde.


Médica orienta o que fazer em caso de suspeita da doença

A médica e coordenadora do Pronto Atendimento do Hospital Unimed Volta Redonda, Camila Emerick, orienta o que a população deve fazer e quais sintomas podem caracterizar a doença. Veja:

Quais são os sintomas da dengue?

A primeira manifestação da dengue é a febre alta, de início abrupto, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Outros quadros virais são acompanhados de sintomas mais específicos, como a gripe, acompanhada de sintomas respiratórios (tosse, coriza, dor de garganta). A dengue hemorrágica evolui com sangramento, podendo ser gengival, nasal ou até em órgãos internos.

Sintomas de alarme (sinais de que a doença pode estar evoluindo com maior gravidade):

• Dor abdominal intensa e continua;

• Vômitos persistentes;

• Hipotensão postural (pressão baixa)

• Sonolência e/ou irritabilidade;

• Sangramentos na gengiva, no nariz, nos vômitos e nas fezes (fezes escuras, cor de borra de café)

• Diminuição do volume da urina

• Redução brusca da temperatura corporal

• Desconforto respiratório

Quais remédios não devem ser tomados por quem tem sintomas de dengue?

No tratamento de pacientes com dengue não deve ser usado aspirina, anti-inflamatório como ibuprofeno, nimesulida e corticoide, entre outras. A automedicação pode contribuir para que o paciente tenha um tratamento inadequado, uso de medicações contraindicadas, hidratação insuficiente além do desconhecimento dos sinas de agravamento da doença.

Como é realizado o tratamento da dengue?

O tratamento da dengue é baseado no diagnóstico precoce, condução médica do caso, hidratação vigorosa e repouso.

Quais as possibilidades de atendimento no Hospital Unimed Volta Redonda em caso de sintomas?

O tempo de espera no Pronto Atendimento Belvedere está elevado, por conta do aumento dos casos de dengue na cidade. Orientamos que, pacientes com sintomas iniciais, procure atendimento médico pela Consulta Online (WhatsApp 24 99255-7556) ou presencialmente no Pronto Atendimento do bairro Retiro. Em caso de sintomas de alarme, o recomendado é que procure o Pronto Atendimento Belvedere.

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