Sem qualquer alarde, a prefeitura de Volta Redonda interditou, há uma semana, um dos lados da passarela da Ponte Pequetito Amorim, que conecta os bairros Aterrado e Niterói, para investigar problemas nas juntas de dilatação da estrutura. A medida, tomada de forma discreta, visa apurar a condição das juntas, que, ao longo do tempo, podem sofrer desgastes ou falhas e comprometer a segurança da ponte.
De acordo com um engenheiro consultado pela Folha do Aço, não há risco imediato de desabamento, mas o local segue sob monitoramento constante. A prefeitura, por sua vez, iniciou o processo de contratação de uma empresa especializada em rapel, com o objetivo de realizar a limpeza da área afetada pela dilatação da ponte e registrar o problema em fotografias para uma análise mais detalhada.
Como solução temporária, o engenheiro sugeriu o uso de um macaco hidráulico para minimizar os danos enquanto se busca uma intervenção definitiva para o reparo. “A interdição da passarela foi adotada para garantir a segurança dos pedestres que transitam pela ponte, construída há cerca de 70 anos e que já passou por diversas intervenções”, explicou a fonte, que pediu para não ser identificada.
Contrato
Em janeiro deste ano, o governo municipal firmou o contrato 173/2023 com a Villas Empreendimentos, empresa vencedora da licitação para substituir as vedações nas juntas de dilatação da Ponte Pequetito Amorim e do Viaduto Heitor Leite Franco, que liga o Aterrado ao bairro Colina. O projeto, conforme o documento ao qual a Folha do Aço teve acesso, previa a reconstrução dos berços em concreto armado, a aplicação de bordas em polímero e o assentamento das vedações flexíveis que acompanham o movimento das juntas da ponte. Ao todo, a obra envolve sete juntas, totalizando 44,8 metros de extensão.
Apesar do contrato estipular um prazo de execução de três meses, a proximidade da temporada de chuvas levanta a possibilidade de uma interdição mais ampla da ponte, caso as intervenções não sejam concluídas a tempo. As juntas de dilatação são componentes essenciais para permitir a movimentação da ponte conforme as variações térmicas e evitar danos à sua estrutura.
Obras atrasadas: Um cenário frequente
A construção de uma nova ponte sobre o Rio Paraíba do Sul, com 418 metros de extensão, promete agilizar o trânsito entre os bairros Aterrado e Aero Clube, além de facilitar o acesso ao Fórum e à Universidade Federal Fluminense (UFF). No entanto, uma interdição total da Ponte Pequetito Amorim exporia a fragilidade do cronograma da nova passagem, que só deve ser finalizada após julho de 2025, dependendo da liberação de recursos do governo estadual para a empresa responsável.
Os constantes atrasos em obras refletem um problema recorrente na administração do prefeito Neto (PP), deixando a população descrente diante de promessas que não se cumprem e projetos que avançam lentamente. A urgência que costumava impulsionar projetos em anos eleitorais parece ter perdido força após o período de votação, resultando em obras paralisadas e atrasadas que não atendem às expectativas da comunidade.