
Uma mulher em Volta Redonda procurou atendimento médico no Hospital Dr. Nelson Gonçalves, antigo Cais do Aterrado, após ser agredida pelo companheiro, um policial militar lotado no 28º Batalhão, na manhã da última terça-feira (dia 12). O caso, registrado no bairro Belmonte, resultou na prisão do suspeito em flagrante e ilustra a importância do programa Patrulha Maria da Penha – Guardiões da Vida, da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Criado em 5 de agosto de 2019, o programa completa seis anos com marcas expressivas: 105.969 mulheres foram atendidas em todo o estado, das quais 88.800 recebem acompanhamento contínuo. Desde sua criação, os patrulheiros realizaram mais de 317 mil atendimentos e efetuaram 881 prisões, quase todas em flagrante de agressores que descumpriram medidas protetivas expedidas pela Justiça.
“A violência contra a mulher continua sendo um dos maiores desafios da segurança pública. Apesar de todos os esforços, a incidência de crimes contra mulheres exige atenção especial da sociedade. A Patrulha Maria da Penha é um exemplo de atuação preventiva e acompanhamento especializado”, afirma o secretário de Estado de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira.
Ranking 190
A violência doméstica ocupa a segunda posição no ranking de chamadas para a Central de Emergência 190 da PM do Rio, correspondendo a mais de 10% dos acionamentos.
“Apesar do grande número de acionamentos, a Patrulha Maria da Penha não foi criada para atendimentos de emergência, mas para acompanhamento de mulheres com medidas protetivas”, explica a major Bianca Ferreira, coordenadora do programa.
Ela reforça que o registro de ocorrência na Polícia Civil continua sendo essencial para a emissão das medidas protetivas. O programa atua em parceria com a Polícia Civil, Ministério Público, Tribunal de Justiça e outras instituições, formando uma ampla rede de proteção.
Perfil e estrutura do programa
Atualmente, 203 policiais voluntários atuam no programa, sendo 49,45% mulheres, organizados em duplas mistas. Há ainda 785 policiais capacitados para atendimento especializado. O programa dispõe de 45 “salas lilás”, em batalhões ou locais próximos, preparadas para acolher mulheres e seus filhos.
Entre as mulheres atendidas, 46% são negras, 30,1% brancas, 0,2% indígenas e 23,7% não informadas. Quanto à idade, 42,8% têm entre 30 e 49 anos, 24,3% entre 20 e 29, 7,1% entre 50 e 59, 5,3% entre 0 e 19, 4,1% com 60 anos ou mais, e 16,4% não informaram a idade.
Nos seis anos de atuação, a Patrulha também realizou 9.195 ações sociais, como doações de cestas básicas, roupas e materiais de higiene, e promoveu 2.948 palestras de conscientização. Entre os parceiros estão a Secretaria de Estado da Mulher, secretarias municipais, guardas municipais, Centros de Referência no Atendimento à Mulher, LBV, Riosolidário e ONGs.