O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou um policial militar por extorsão, coação, falsidade ideológica e comunicação falsa de crime. Os delitos ocorreram no dia 12 de maio deste ano, no bairro Padre Jósimo, em Volta Redonda.
De acordo com a denúncia, pouco tempo após ser libertado da prisão na Operação Corruptio, que ainda está em andamento, o policial e um comparsa não identificado foram ao encontro das vítimas e passaram a ameaçá-las com uma arma de fogo, exigindo R$ 40 mil para não matá-las. O valor seria referente ao ajuste firmado antes da prisão do PM, quando restou acertado que traficantes enviariam quinzenalmente valores ao denunciado para que não fosse feita repressão ao tráfico na localidade.
Após a prisão do policial na Operação Corruptio, o dinheiro combinado deixou de ser enviado, fazendo com que ele, após sua liberdade, praticasse a extorsão ora denunciada. A grave ameaça exercida pelos criminosos armados, acrescenta a denúncia, foi feita na presença dos filhos menores das vítimas.
O policial, que foi lotado no 28º Batalhão e atualmente estava no 10° BPM (Barra do Piraí) deixou a casa onde foi feita a extorsão após acertarem que o pagamento seria feito três dias depois. Quando ele e seu comparsa saíam do bairro, entretanto, foram interceptados por traficantes que iniciaram uma troca de tiros. Ele foi baleado no ombro e, para ocultar o episódio de extorsão, fez falso registro do acontecimento, tendo comunicado ter sido vítima de uma tentativa de homicídio nas imediações de sua residência – localizada a mais de 4 quilômetros do real local dos fatos.
Por fim, após ter ciência de que era investigado pelos fatos acima narrados, o PM passou a coagir as vítimas, ameaçando-as para que modificassem os seus depoimentos.
O policial já é réu em processos decorrentes da Operação Corruptio por crimes de corrupção, formação de quadrilha e concussão, em contexto no qual se apurou que ele, ao lado de outros militares, recebiam vantagens econômicas para não reprimirem o tráfico de drogas em comunidades do Sul Fluminense. Ele foi preso em razão da operação, mas posteriormente obteve o direito de responder em liberdade.
A denúncia pelos crimes de extorsão, coação, falsidade ideológica e comunicação falsa de crime foram enviadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) pelos crimes de extorsão, concussão e falsidade ideológica foi recebida pelo Juízo da Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro, que novamente decretou a prisão do policial, que foi cumprida nesta terça-feira (dia 10).