Uma proposta do controverso deputado federal Alexandre Frota (PROS-SP) pode virar uma “pedra no sapato” de Benjamin Steinbruch, diretor-presidente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). No dia 18 de novembro, o parlamentar apresentou o projeto de lei 2808/2022, que visa desapropriar imóveis que estejam abandonados ou sem uso por mais de dez anos. A proposta é que essas áreas sejam incorporadas ao Programa de Habitação Popular, como o Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

Os moradores de Volta Redonda sabem que uma grande fatia das áreas privadas da cidade faz parte do patrimônio da CSN. Reflexo da privatização, o combo imobiliário adquirido por Steinbruch, ao longo das últimas três décadas, refletiu diretamente no desenvolvimento urbano do município e se transformou em debate constante.

Vez ou outra surgem comentários sobre a possibilidade de mudança deste cenário, com a retomada pelo poder público de parte das terras, hoje isoladas com cercas de arame e porteiras. O tema é complexo, e é pouco provável que se torne viável. Agora, com a tramitação em Brasília do projeto, um fio de esperança reaparece. 

Vale lembrar, porém, que Alexandre Frota não estará na Câmara dos Deputados no próximo ano para ver sua proposta avançar pelas comissões. O parlamentar disputou como deputado estadual em São Paulo, mas não teve votos suficientes para ser reeleito. Ainda assim, como o aumento da bancada do PT com seus aliados, há grandes chances de o projeto ter apoio entre os deputados, principalmente com a chegada de Guilherme Boulos ao Congresso. Boulos foi um dos líderes do Movimento Sem Terra (MST).

Frota, aliás,foi anunciado na terça-feira (dia 23) como integrante do gabinete de Transição Governamental. A missão dele é de ajudar o presidente Lula a planejar seu próximo governo. Os trabalhos, neste período, têm como coordenador-geral o vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB).

Foto: Reprodução/Câmara dos Deputados

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