“Moradores criticam Light por queda recorrente de energia elétrica no bairro Vista Verde”. O que parece notícia antiga, já que este foi o título de uma matéria publicada pela Folha do Aço em 15 de dezembro, é apenas a prova da falta de solução e do descaso. Os transtornos, a cada vez que chove, são sentidos também por quem reside na parte baixa daquela área que fica próxima ao acesso a Volta Redonda pela Via Dutra, como é o caso do Vila Rica. E, em época típica de clima chuvoso, o problema é ainda mais frequente.

No último dia 22, em pleno domingo, os moradores do Jardim Vila Rica chegaram a ficar sem luz por cerca de seis horas. E, em razão da constante queda de energia elétrica no bairro, a população local está coletando assinaturas para dar início a um processo judicial contra a concessionária Light.

“Iremos passar em todas as ruas do bairro para coletarmos as assinaturas. Pedimos aos moradores que se juntem a nós, pois somente através da nossa união teremos forças para solucionarmos esse problema, que já está insustentável”, diz o presidente da Associação do bairro, Milton Pereira, o Miltão.

Outro consumidor, que não quis ter o nome revelado, relata que já se habituou às constantes falhas na prestação de serviço. “O pagamento das faturas está em dia, mas é só começar a chover que eu já tenho que sair colocando o celular para carregar e desligar aparelhos que possam queimar, pois sei que vai faltar luz. É um absurdo, pois a chuva, normalmente, dura pouco, mas o retorno da energia acaba levando horas, prejudicando nossos trabalhos e afazeres domésticos”, reclama o morador da Rua Nove.

Em um post nas redes sociais, as reclamações somam dezenas. “Queimando tudo. Aqui em casa queimou uma TV no sábado (dia 21)”, diz um internauta. Outro complementa: “Eu já queimei peças do meu computador por causa dessas quedas”. Uma terceira pessoa responde sobre o abaixo-assinado: “Vamos todos assinar, com certeza. Obrigada pela iniciativa!”.

Outra moradora ainda reclama da demora na prestação de serviço de emergência da concessionária. “Ontem liguei para a Light, pois um poste em frente à minha casa está soltando faíscas e clarões. Quando chove, mais ainda. A empresa disse que enviaria um carro para verificar, mas já tem mais de 24 horas e nada. Só descaso e péssimo serviço”, revolta-se.

O presidente da Associação de Moradores afirma que a situação chegou a uma situação crítica, com 13 mil moradores do bairro Vila Rica sofrendo com a inconstância do serviço de fornecimento de energia elétrica. “São anos passando por esse transtorno sem que a Light tome providências concretas. Chegamos a passar 12 horas sem energia, o que é um absurdo pois há pessoas acamadas, que precisam de oxigênio, por exemplo, e que vivem essa situação estressante cada vez que ameaça chover”, explicou Milton.

O líder comunitário pretende apresentar a lista ao Ministério Público para propor uma ação civil pública (ACP) contra a Light. “O abaixo-assinado será passado de casa em casa no bairro Vila Rica e será anexado ao documento que entregaremos ao Ministério Público para que as providências sejam tomadas pela prestação inadequada dos serviços prestados pela empresa concessionária”, garantiu. “A rede é de 29 anos atrás e é necessário que a empresa invista em melhorias. Outros bairros estão aderindo a esse movimento, como o Belvedere e Jardim Tiradentes. Precisamos de uma resposta da Light, mesmo que seja pela Justiça”, completou.

O que diz a Light

Até o fechamento desta reportagem, a Light não havia retornado os contatos feitos pela Folha do Aço. Em dezembro, a concessionária, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que as ocorrências no Vista Verde foram ocasionadas por fortes ventos que derrubaram galhos e árvores sobre a rede elétrica no local.

Disse ainda que estava programado para aquele mês uma série de podas para diminuir as ocorrências e melhorar a qualidade do fornecimento de energia. A concessionária ainda ressaltou que zela pela qualidade do fornecimento de energia e, para isso, possui equipes que realizam podas e ramos de vegetais em contato com a rede elétrica. Todavia, segundo a Light, fica a cargo dos municípios realizarem o planejamento arbóreo de suas cidades.

foto: Evandro Freitas

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