Em uma definição simples, uma praça é qualquer espaço público urbano livre de edificações e que propicie convivência e/ou recreação para seus usuários. Geralmente, para garantir que a população tenha espaço para a prática de esporte e lazer, esses locais abrigam quadras ou ginásios poliesportivos liberados para a comunidade.
No caso específico de Volta Redonda, há equipamentos esportivos instalados em praticamente todos os bairros, garantindo diariamente a tradicional “pelada” entre amigos e amigas. Uma decisão da Prefeitura, no entanto, provoca certo mal-estar entre moradores do bairro Sessenta. Após a reforma de uma das duas quadras da Praça do Avião, que fica próxima ao Royal Supermercados, o governo municipal decidiu por transformar uma delas em exclusiva à prática de tênis. Para completar, o portão da mesma foi trancado com cadeado.
“Alguém resolveu mudar uma quadra exclusivamente para tênis, sendo que na Praça da Escola Técnica já tem uma. Ainda por cima, agora ela fica trancada, sem que os moradores possam usufruí-la”, disse a presidente da Associação de Moradores do bairro Sessenta, Sônia Gomes, em postagem na rede social.
A líder comunitária explicou que a polêmica teve início com a reforma da praça sem qualquer comunicação prévia das autoridades do município. “Simplesmente começaram a fazer a obra sem sequer comunicar à Associação para que, quando surgisse o questionamento, explicassem aos moradores. Eles [moradores] estão mais que certos de perguntar e também se revoltar”, afirma.
Sônia conta que a comunidade do bairro já tem o espaço limitado devido a sua boa localização, o que atrai “peladeiros” de diversas outras localidades da cidade. “A população da Sessenta é grande e nem as duas quadras conseguiam atender, porque vinham pessoas de fora do bairro e tomavam conta. Agora a situação está gerando um tumulto danado, pois com uma quadra para moradores, professores dando aula, pessoas de outros bairros, adultos, idosos e crianças ficam de fora, sem ter espaço de lazer”, lamenta.
Cientes da situação, moradores querem que providências sejam tomadas pela secretaria municipal de Esporte e Lazer. “Eu quero ver onde o pessoal da Melhor Idade vai fazer ginástica, porque a outra quadra já é usada pelos alunos da Apae e do Colégio Estadual Rio de Janeiro no mesmo horário. Essa obra foi uma falta de respeito com a comunidade que não foi consultada sobre o assunto”, escreveu um internauta.
Em outro comentário, um morador da Sessenta questiona a finalidade da obra na quadra. “É muito claro que a reforma atendeu algum interesse escuso de alguém. A luta por obras dessa magnitude para outras prioridades do bairro é árdua e fica sempre para depois. Resta saber a ‘quem’ esta obra está atendendo e aí poderemos entender porque a necessidade de um grupo se sobrepôs a de muitos”, afirma.
A presidente da Associação de Moradores, Sônia Guedes, está liderando um abaixo-assinado que será entregue ao prefeito Neto (sem partido). “Eu, como presidente da Associação, e diretores, lutamos pelo bairro e não contra o bairro. Espaço público em praça jamais pode ser fechado e, se for preciso, convoco todos moradores para fazer um manifesto pacífico”, destacou.
Polo
A quadra que está no centro da polêmica é um dos polos do “FBG nas Comunidades”. O projeto da Fundação Beatriz Gama é voltado para crianças e adolescentes dos cinco aos 17 anos, com opções para adultos no projeto “Tênis nas Comunidades”. Além do bairro Sessenta, as atividades gratuitas acontecem nas quadras poliesportivas da Morada do Campo, Vila Brasília, Nova Primavera, São Luiz e Candelária e Sessenta