Mais um imbróglio começa a ser desenhado entre a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e o Sindicato dos Metalúrgicos. A polêmica da vez é o Programa de Participação nos Resultados (PPR). As duas primeiras propostas da empresa foram rejeitadas ainda na mesa de negociação pela direção do sindicato. Uma nova rodada de conversa está programada para segunda-feira (dia 18), às 9 horas, no Espaço Usina de Conhecimento, na Usina Presidente Vargas.
Nos últimos anos, a CSN adotou o critério de negociar diretamente com a comissão formada por trabalhadores. Este ano, porém, a empresa decidiu mudar a estratégia e voltou a conversar do assunto diretamente com o Sindicato. Na primeira reunião, dia 12 de março, a empresa argumentou que não foi possível fixar metas e critérios para a PPR de 2018. Para compensar, propôs substituir o benefício por uma bonificação no percentual de 75% do salário-base. Prontamente a proposta foi recusada.
O segundo encontro foi quinta-feira (dia 14), desta vez a CSN apresentou proposta de um salário-base de abono, a ser pago em duas parcelas. Nova recusa da direção sindical. “Essa proposta é uma migalha.Ano passado, os trabalhadores tiveram um PPR de 1.5 salário, mesmo com um lucro menor por parte da empresa. Esse ano, com números que apontam os bilhões de lucro líquido, a empresa vem com conversa de que não pode pagar. Não vamos aceitar”, disse o presidente do Sindicato, Silvio Campos.
O sindicalista se refere aos números apurados pela CSN e divulgados em fevereiro, de lucro líquido de R$ 5,2 bilhões em 2018. Apenas no quarto trimestre (de outubro a dezembro) a siderúrgica teve ganho de R$ 1,77 bilhão. O Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da siderúrgica atingiu R$ 2,645 bilhões, com aumento de 25% em relação a 2017, com evolução de cerca de21% no Ebitda por tonelada do segmento.
Para o encontro desta segunda-feira, o líder sindical espera que os números aproximem do pretendido pela categoria. “O sindicato defende o PPR como uma ferramenta motivacional, ou seja, que serve como incentivo a produção. Parece que a empresa quer desestimular os trabalhadores, que são os maiores responsáveis pelo excelente resultado apresentado. A direção do sindicato espera que a empresa leve para negociação uma proposta justa e coerente o mais breve possível, já que o dia 30 de abril está se aproximando e os trabalhadores estão na expectativa”, diz trecho do boletim informativo 9 de Novembro, distribuído na sexta (dia 15), na portaria da usina.
A CSN, por sua vez, no boletim informativo Chama lembrou a seus colaboradores que “não há obrigação legal para o pagamento do PPR, mas a empresa está apresentando uma proposta de abono em reconhecimento aos esforços dos colaboradores”. Para fins de pagamento do abono, serão considerados os salários de 31 de dezembro do ano passado.
Tomara que este ano o sindicato não nos deixe sem opção de escolha (migalha x nada)Não sei porque mas tenho a impressão de que ja vi esse filme.