O prefeito de Volta Redonda, Samuca Silva (PSC), confirmou neste domingo (dia 9) que irá concorrer à reeleição. Segundo Samuca, ainda há muito o que fazer pela cidade e a decisão da pré-candidatura vem para defender o que foi construído até agora. “Sou pré-candidato. Mas mantenho o que eu disse em junho, quando falei que não tinha condições de fazer uma campanha de reeleição: eu continuo sem cabeça para eleição e continuo totalmente focado no meu trabalho como prefeito”, disse.

Confira a entrevista completa com prefeito Samuca Silva:

Qual a sua visão de ser prefeito de Volta Redonda depois de um ciclo de 20 anos de um grupo na cidade nestes 03 anos?

Samuca: Eu preciso lembrar por que eu fui candidato lá em 2016. Vocês sabem que sou servidor público federal, concursado, com uma carreira bem consolidada como professor, palestrante e autor. Mas eu achava que precisava me dedicar a cidade que eu amo, que eu nasci e fui criado. E precisava ver o que o antigo grupo político fez com Volta Redonda. Esse foi meu primeiro motivo para ser candidato: romper com um jeito de fazer política ultrapassado e com uma hegemonia de um grupo que comandou a cidade por quase 30 anos. Fato que os dois primeiros mandatos, de 1996 a 2004, foram bons, mas os dois últimos foram horrorosos, sem manutenção, sem novidade, sem emprego, sem nada.

Prefeito como você avalia esses três anos e meio de governo?

Samuca: Avalio de forma muito positiva nosso mandato até o momento. Sei que precisamos fazer mais, mas diante dos grandes desafios impostos nesse período, nosso governo fez muito em gestão pública, fez o que deveria ter sido feito e em melhoria para a vida da população. Vale lembrar que enfrentamos, durante o nosso mandato, a maior chuva da história de Volta Redonda, a greve dos caminhoneiros, uma eleição presidencial turbulenta, prisão de governador que era de nossa oposição, uma dívida bilionária, a maior pandemia em 100 anos, entre outros. E conseguimos avançar muito. Eu acreditei que dava para fazer diferente, que dava para fazer diferença. E deu. 

A gente fez muita coisa nesses últimos 3 anos e meio: triplicamos as vagas em creche em tempo integral, inauguramos duas unidades de educação infantil em tempo integral; levamos banda larga a 90% das unidades de saúde e educação; inauguramos três unidades básicas de saúde, criamos o Hospital do Idoso, abrimos o Centro Municipal de Saúde (antigo Santa Margarida), inauguramos a Rodovia do Contorno, Arena Esportiva, abrimos o Restaurante Popular, implantamos o Tarifa Comercial Zero, levamos água para três poços, açude e estamos levando para toda São Luiz; plantamos 20 mil árvores; fomos a cidade que mais gerou empregos em 2018 e 2019 no estado. Saímos de 17% para 37% o tratamento de esgoto na cidade. Não aumentamos nem IPTU e nem a passagem de ônibus, a de 2017 já veio autorizado de 2016. Enfrentamos as empresas de ônibus! Ou seja, muito foi feito pela cidade mesmo diante de tanta instabilidade. Dá um certo orgulho perceber que tiramos coisas do papel que eram promessas há 30 anos que não fizeram ou inauguraram para não funcionar. Que mesmo com tanta dificuldade conseguimos ser melhores do que o que estava aí. Agora, se me perguntarem se dá para ser melhor, com certeza.

Então você acha que dava para fazer melhor se houvesse o mínimo de estabilidade?

Samuca: Não tenho dúvida disso. A instabilidade atrapalhou muito, as incertezas econômicas, dívida alta da cidade, entre outros. Tenho certeza que com as mudanças que fizemos, trará resultados melhores a médio e longo prazo. Demonstramos que temos capacidade de gestão, planejamento e experiência suficientes e com mais condições teríamos feito mais. Provamos que dinheiro tinha, faltava gestão, apesar do endividamento encontrado. Nossa cidade nos oito anos que nos antecederam, estava parada, sem manutenção, sem desenvolvimento. Movimentamos a cidade, através do crescimento econômico, inovação, diálogo e gestão. Aceleramos muito nossa cidade!

O que você mais se orgulha de ter feito pela cidade nesses anos?

Samuca: Difícil escolher mas divido em três pilares: desenvolvimento econômico; transparência e gestão; e olhar a quem mais precisa.

Eu tenho a plena convicção que teremos uma cidade antes e depois do polo metalmecanico. Esta ação nasceu aqui. A nossa maior empresa não vender aço para as montadoras da região Sul Fluminense é algo que não da para acreditar. Teremos aqui tecnologia e empregos. Ter incentivos fiscais na nossa cidade atrairão empresas. 

Em relação a transparência e gestão, nosso governo não teve um escândalo de corrupção ou envolvimento em desvios, aliás denunciamos quem quis fazer isto, o que acarretou até em prisão em flagrante de um parlamentar. A transparência é uma marca e tenho a convicção que se entrar um maluco não vai conseguir roubar diante das ferramentas de controle que criamos.

O mais humilde foi o foco da gestão: acabamos com as viagens intermináveis de pacientes de diálise com a inauguração da Clínica dialise; a melhora do transporte de pacientes para tratamento de saúde e a democratização da abertura de postos de Combustíveis. Distribuir 800 alvarás para ambulantes, pessoas que eram perseguidas na cidade. São alguns dos exemplos deste olhar a nossa gente.

O que você acha que ainda precisa fazer?

Samuca: precisamos diminuir o déficit financeiro encontrado; precisamos resolver o problema histórico de alagamento da Voldac e Açude, assim como nós corrigimos o do Vila Rica; o asfalto da cidade não aguenta mais tapa buraco, sendo necessário asfalto novo; a licitação de ônibus da empresa Sul Fluminense tem que ocorrer; apesar de zerarmos a fila de mamografia, temos outras filas de espera de exames e cirurgias, principalmente catarata e precisam diminuir; ainda temos casas interditadas da maior chuva da história da cidade e precisamos resolver. Isto se faz com tempo, dinheiro e trabalho. Temos que reabrir o Novo Zoológico, Jardim Botânico e o Parque Natural de Volta Redonda! Fomos muitos prejudicados neste ano que tudo parou e a receita caiu. 

O senhor mudou de partido algumas vezes, por que?

Samuca: Hoje no Brasil, infelizmente, temos muitas siglas partidárias e que mais se parecem sopas de letrinhas. Troquei de partido quatro vezes e isso porque eu não estava confortável na legenda ou, em outros casos, porque o partido mudou de posição. Mudaria de novo se fosse necessário. Independentemente do partido, sou coerente com o que apresento de propostas e com meu plano de governo, que temos mais de 95% concluído ou em andamento. Sobre partido, já declarei que sou favorável as pessoas se candidatarem a cargos eletivos sem precisarem ser filiados a um partido político. A população quer resultado e não partido político.

O Senhor já declarou que não será mais candidato, mas mesmo assim muita gente tem comentado e pedido para que o senhor continue na prefeitura e seja candidato. O senhor já repensou essa decisão, voltou atrás?

Samuca: Bem, a saída de um momento turbulento como esse da pandemia me fez repensar minha decisão. Estamos com

Vírus controlado e com medicamento ao grupo de risco. Também recebi muitos pedidos e muitos apoios para que eu ficasse, muita gente pedindo para não deixar aqueles, os mesmos de sempre, voltarem. Por tudo isso, refleti muito e por respeito àqueles que acreditam e gostam de mim acho que não tenho o direito de me negar a colocar meu nome a disposição. O nível dos pré-candidatos me deixa com medo. Sou pré-candidato. Mas mantenho o que eu disse em junho, quando falei que não tinha condições de fazer uma campanha de reeleição: eu continuo sem cabeça para eleição e continuo totalmente focado no meu trabalho como prefeito. Se a população achar que a vida ficou melhor nesses últimos quatro anos, vai chegar na urna e votar em mim, não posso em um momento tão delicado para nossa cidade me dedicar a uma campanha gastando rios de dinheiro como os velhos políticos fazem. Minha campanha será meu trabalho como prefeito. 

Portanto, não abandonarei a prefeitura para fazer uma campanha escandalosa, cheia de grandes produções e eventos. Vocês não me encontrarão perambulando pela cidade fazendo campanha durante o horário de trabalho, pois meu lugar é trabalhando na prefeitura. E, em novembro, a cidade fará sua avaliação na urna: quem, sem espetáculos de campanha, acreditar que essa é a forma correta de conduzir a cidade dará seu voto. Quem preferir a campanha tradicional, do jeito velho, pode votar em outro. Não quero o poder pelo poder, vejo temeroso a troca de gestão neste momento. Assim, com responsabilidade, não quero abandonar a cidade que tanto precisa de um prefeito nesse momento difícil. Vocês sabem que sempre poderão contar comigo.

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