25 de junho de 2011. O policial militar Alexsander da Silva, então com 31 anos, enfrentava mais um dia da dura rotina de um agente das forças de segurança do Rio de Janeiro. O jovem soldado, que apenas um ano antes havia ingressado na corporação, atuava na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade Fallet-Fogueteiro, no bairro de Santa Teresa, na capital fluminense. Ao atender uma ocorrência de pessoa baleada, Alexsander e seus companheiros foram atacados com brutalidade por criminosos que, além de diversos disparos, atiraram uma granada. O artefato explosivo atingiu em cheio o militar, levando a amputação de suas pernas.

Dez anos depois, aos 41 anos, Alexsander, que é nascido e criado em Resende, descobriu o esporte como ferramenta de superação e, por meio do programa “Heróis do Rio”, que presta assistência a policiais vítimas de violência e suas famílias, começou a praticar Crossfit. “Também contei com o incentivo da tenente-coronel Luciana Rodrigues, que já comandou os Batalhões de Volta Redonda e Resende. Eu treino há pouco mais de seis meses. Nesse tempo, consegui ver o esporte como uma mudança na minha vida”, disse o militar reformado.

O agente teve seu primeiro contato com a modalidade no 2º Camping Paramilitar, que ocorreu no Centro Paraolímpico Brasileiro, em São Paulo. Na ocasião, ele pôde ver competidores de diversas modalidades. Hoje, Alexsander considera o esporte como uma de suas maiores forças. “Acho que crossfit é uma modalidade mais aberta a receber as pessoas com algum tipo de deficiência, quase todos os exercícios podem ser adaptados com facilidade. Sou grato pelo crescimento da atividade em todo o mundo”, contou.

Em menos de um ano de treinamento, Alexsander disputou o NoBull Crossfit Games Open, na categoria sentado com movimento de quadril. O empenho do militar reformado rendeu frutos: ele terminou a competição em terceiro entre os competidores sul-americanos e, atualmente, ocupa a 38ª posição no ranking mundial de sua categoria. Torneios em formato Open são compostos de uma série de etapas e funcionam como uma disputa entre as academias inscritas. Dividida em três partes, a competição teve início no dia 12 de março e se encerrou no último dia 27.

Apesar do grande progresso em pouco tempo, Alexsander nunca havia malhado ou praticado crossfit e confessa que não esperava por uma evolução tão rápida, ainda mais em uma competição que reúne participantes de todo o mundo. “A única atividade física que eu praticava era o futebol. Não entrei no crossfit com a intenção de ganhar, de ser o melhor. Fui atrás de um desafio e de novos estímulos. Fora isso, dei uma emagrecida, porque eu estava com um pesinho a mais”, contou, rindo, o atleta. Foto: Arquivo Pessoal

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