Equipes do Zoológico Municipal de Volta Redonda e do Inea (Instituto Estadual do Meio Ambiente) fizeram a soltura nesta segunda-feira (dia 10) de um jacaré-do-papo-amarelo. O animal estava sob os cuidados dos profissionais do Zoo-VR desde dezembro do ano passado, quando foi resgatado pelo Corpo de Bombeiros em Vassouras, no bairro Cananéia, ao entrar em uma casa.

O jacaré, que não teve o sexo identificado, mede quase dois metros (1,80m) e foi solto em uma área considerada adequada, com incidência da espécie e indicada pelo Inea. O local não foi divulgado para garantir a segurança do animal. Funcionários do Zoo-VR ainda fizeram a coleta de material biológico do réptil para ser encaminhado a especialistas do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para estudos.

De acordo com o biólogo do Zoo-VR, Almyr Fraga Folly Júnior, que auxiliou a equipe do Inea na soltura, antes de chegar a Volta Redonda, o jacaré passou por avaliação na universidade de Vassouras e foi sedado para ser transportado. Desta vez, para ser reinserido na natureza, o animal foi apenas contido para evitar que se machucasse e ferisse pessoas.

“O animal precisa estar bem para ser solto e por isso não foi feita a sedação. Quando os animais chegam para nós, fazemos a avaliação e o soltamos assim que possível. Com este jacaré nós tivemos o trâmite um pouquinho mais complexo, por ser um animal que apresenta um pouco mais de risco, acabou ficando conosco um pouco mais”, disse Almyr.

Espécie nativa da região

O jacaré-do-papo-amarelo é encontrado em rios, mangues e áreas alagadas em todo sudeste da América do Sul – Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. No Rio de Janeiro, a espécie pode ser achada na Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, próximos aos núcleos urbanos que ao longo dos anos foram se estabelecendo às margens do rio. Por essa proximidade com os humanos, alguns animais acabam sendo mortos.

“As pessoas têm medo e a primeira reação é abatê-lo. Isso é terrível e vai colocando cada vez mais essas espécies em ameaça de extinção”, alertou Almyr.

O biólogo recomendou que o melhor ao se deparar com este tipo de animal é acionar o Corpo de Bombeiros (193) e órgãos ambientais, como o Inea, por exemplo. Eles são capacitados para fazer o resgate.

Reabilitação de animais

Apesar de não fazer o resgate de animais, o Zoo-VR chega a dar apoio a esses órgãos e mantém um trabalho permanente de reabilitação animal, como foi o caso deste jacaré.

“Com esses animais de vida livre, o nosso objetivo é sempre devolvê-los para a natureza. Os que por algum motivo não possuem condições de retornar ao habitat natural ficam aqui conosco”, destacou o coordenador do Zoo-VR, o biólogo Jadiel Teixeira.

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