No dia 6 de agosto de 2020, a prefeitura de Volta Redonda, então administrada por Samuca Silva (Podemos), celebrou a liberação de uma verba de aproximadamente R$ 8 milhões para a compra de um aparelho de ressonância magnética. O recurso foi destinado ao Município por meio de emenda de bancada ao orçamento da União apresentada por deputados federais com base eleitoral na região. Conforme informado à época, o equipamento a ser adquirido pelo Município seria instalado no então Centro Municipal de Saúde, no bairro Niterói.

Passados 18 meses, os pacientes da rede pública em tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) continuam aguardando a tão esperada agilidade no diagnóstico que o equipamento pode oferecer. Até os primeiros dias de fevereiro do ano de 2022, a compra do aparelho de ressonância ainda não foi finalizada.

Enquanto os pacientes sofrem nas filas, a demora na conclusão do processo provoca uma série de troca de acusações envolvendo o deputado federal delegado Antônio Furtado (PSL), o prefeito Neto (DEM) e o ex-prefeito Samuca Silva (Podemos).

Furtado e Neto compartilham de discurso afinado, transferindo a responsabilidade pela demora no antigo gesto. No final do mandato de Samuca, em 2020, ambos chegaram a especular por meio de órgãos de imprensa que os recursos destinados ao município de Volta Redonda para a aquisição de aparelho de Ressonância Magnética foram “movimentados para finalidade diversa de destinação parlamentar”.

Samuca reagiu e, por meio do ofício 0795/2020, informou não proceder a informação. No documento de seis páginas, encaminhado ao gabinete do deputado Antonio Furtado, o ex-prefeito assegurou “que tal conduta não foi e não seria adotada neste Município”.

A administração da Prefeitura mudou em 1º de janeiro do ano passado, e até agora não houve solução referente à compra do aparelho. Na última semana, Furtado esteve na sede do Executivo de Volta Redonda para tratar com o prefeito Neto sobre o tema. A única novidade, por enquanto, é quanto ao local que o equipamento será instalado, assim que adquirido. Será no Hospital Regional e não mais no primeiro andar do Centro Municipal de Saúde.

Segundo o parlamentar, a mudança do local onde será instalado o aparelho foi motivada pela maior abrangência de atendimento do Hospital Regional, que presta serviço não só à população de Volta Redonda, mas de outras cidades. O espaço ainda passará por obras de adaptação.

Atualmente, as ressonâncias na região são realizadas por meio de convênios com clínicas particulares, gerando um custo maior para o município e aumento no tempo de espera dos usuários do SUS.

Urgência na instalação

Com a aproximação do período eleitoral, as atenções estão voltadas por Antônio Furtado e dos outros deputados que fizeram a indicação para a compra do aparelho de ressonância para Volta Redonda finalmente sair do papel.

“No ‘Gabinete em Movimento’, um projeto em que percorro as cidades ouvindo as necessidades da população e buscando soluções, percebo uma demanda grande de pessoas que aguardam esse exame. A ressonância magnética é essencial e não há nenhum hospital público no Sul Fluminense que possui o aparelho, que é muito caro, cerca de R$ 8 milhões para a aquisição. Além disso, também existe a necessidade de ter uma sala específica para abrigar o aparelho. Essa adequação será custeada pela própria prefeitura de Volta Redonda”, explicou o delegado.

O parlamentar enumerou ainda os benefícios de a rede pública contar com este equipamento. “Um deles é a redução de custo. Hoje, os municípios dependem de convênios com empresas particulares para que as pessoas possam realizar o exame. O custo gira em torno de R$ 700 a R$ 800, dependendo da parte do corpo. Outro ponto positivo é a rapidez no processo de marcação. Sem dúvida, a população aguardará menos tempo na fila de espera. Lembro que a ressonância é muito importante para a descoberta precoce de doenças e um diagnóstico preciso. Considero uma conquista histórica para a nossa região”, afirmou Furtado.

O aparelho de ressonância magnética serve para diagnosticar problemas de saúde, como aneurismas, tumores, alterações nas articulações ou outras lesões nos órgãos internos, como útero, ovário, intestino grosso ou delgado, próstata, bexiga, pâncreas e coração. Considerada um dos maiores avanços do século, a ressonância magnética é capaz de fazer uma análise completa de doenças neurológicas, ortopédicas, abdominais, cervicais e cardíacas.

Nota de redação: A Folha do Aço entrou em contato com a Prefeitura de Volta Redonda para saber sobre a previsão de instalação do aparelho na unidade hospitalar, bem como o tempo de espera atual para esse tipo de procedimento. A secretaria de Comunicação do Município, como vem se tornando praxe, não deu retorno aos questionamentos da reportagem. 

Foto: Divulgação SES

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