A paciência dos servidores públicos de Volta Redonda com a administração do prefeito Neto (DEM) está muito perto do fim. A categoria, que nos quatro governos anteriores de Neto sofreu com a falta de valorização salarial, volta a conviver com a mesma rotina.
Atualmente, a defasagem salarial do funcionalismo volta-redondense supera a casa dos três dígitos, chegando a aproximadamente 300% de perdas. No entanto, 14 meses após o atual grupo retornar ao poder, em momento algum houve aceno dos representantes do Palácio 17 de Julho dando a entender sob a possibilidade de conceder reajuste ao funcionalismo. Assim como nos anos anteriores, o argumento é a falta de recursos financeiros.
Cansados de uma posição concreta, os servidores públicos do município de Volta Redonda definiram entrar em estado de greve. A decisão foi tomada, por unanimidade, durante assembleia do Sindicato dos Funcionários Públicos realizada na noite de quarta-feira (dia 9), no plenário da Câmara Municipal.
Uma das reivindicações da categoria é o reajuste salarial nacional anual de 10,18% não concedido por Neto. Segundo o presidente do Sindicato, Ataíde de Oliveira, em reunião no último dia 4, o chefe do Executivo afirmou que a prefeitura não tem condições de arcar com este aumento de custo na folha de pagamento e que só concederá reajuste mediante ação judicial.
“O prefeito alega que não há funcionários na prefeitura recebendo menos do que o salário mínimo nacional para este ano, ou seja, R$ 1.212, e que o menor salário que a prefeitura paga hoje é de R$1.400, mas isso é o valor do salário base R$ 1.100, mais o abono e cesta básica. Abono e cesta básica não é salário, e a nossa categoria já está há mais de nove anos sendo massacrada sem reajuste. Perdemos completamente o poder de compra e temos que recuperar nossa dignidade”, ressaltou Ataíde
A categoria deliberou também na reunião por uma nova assembleia, que acontecerá na próxima quarta-feira (dia 16), às 18h30min, na Câmara Municipal.
Adesão
Nos próximos dias, os servidores da prefeitura de Volta Redonda devem receber a adesão de mais companheiros na busca por melhorias salariais. Os profissionais da Educação já se mobilizam contra a decisão do prefeito Neto de conceder o reajuste salarial de 33,24% com base na portaria assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro.
Na manhã de quinta-feira (dia 10), o chefe do Palácio 17 de Julho afirmou que o Município só tem condições de pagar o novo índice se a União entrar com algum recurso financeiro. “Qual prefeito que não gostaria de dar um reajuste como esse para o servidor? Mas sem ajuda do governo federal é inviável”, questionou Neto, em entrevista a um programa de rádio.
A portaria oficializou o novo piso salarial dos professores da educação básica da rede pública, com o valor passando de R$ 2.886 para R$ 3.845,63. Sancionada em 2008, o reajuste deve ser feito anualmente, no mês de janeiro. O piso salarial é definido pelo governo federal, mas os salários da educação básica são pagos pelas prefeituras e pelos governos estaduais.
Foto: Divulgação Sindicato do Funcionalismo de VR