Alunos da turma do primeiro semestre do ciclo básico das Engenharias do UniFOA, que iniciaram as aulas no novo modelo de Área Básica de Ingresso (ABI) apresentaram seus projetos finais do semestre. Todos os alunos das cinco Engenharias: Mecânica; Elétrica; Produção; Civil e Ambiental estão reunidos no novo Sistema ABI, cuja proposta oferece aulas práticas, favorecendo a compreensão, argumentação, o pensamento lógico e as ideias.
As apresentações aconteceram no prédio das Engenharias, no Campus Três Poços, na sexta-feira (dia 1°), diante de professores presentes de forma presencial e virtual.
A Engenharia ABI é baseada em projetos e práticas e esta é a primeira turma que apresentou este modelo de ensino inovador que o curso passou a oferecer em 2022. Agora os alunos das cinco engenharias fazem o ciclo básico (do primeiro ao quarto período) juntos. Ao invés de somente receber aulas teóricas e fazer provas, o aluno apresenta e defende seus projetos e, desta forma, vai estar mais preparado para o mercado de trabalho, por lidar com a prática desde o início do curso. Os alunos foram agrupados em equipes de 08, tiveram liberdade para escolher seus temas e receberam mentoria e orientação dos professores. Dois grupos apresentaram seus projetos presencialmente.
Os projetos
Um dos trabalhos foi sobre reciclagem de gesso. As sobras (e o desperdício) deste material é grande e é possível dar outra finalidade a este material através da reciclagem. O grupo criou um protótipo com impressão 3D que possibilita a reciclagem deste material que já foi usado e que sobrou – e que se não for destinado a outro fim, prejudica o meio ambiente.
O segundo projeto defende novos destinos às garrafas pet (RePET). Os alunos visitaram uma usina de reciclagem de lixo em Volta Redonda e desenvolveram o desenho de uma máquina de extrusão, em modelo 3D, capaz de dar outras finalidades àquele material inicial.
Pedro Ronsisvalli Maciel Toledo, futuro engenheiro elétrico, está entusiasmado com a novidade: “Eu nunca tinha passado por nada parecido e nem imaginava. Como está sendo o ciclo básico de todas as Engenharias integradas, eu estou vendo muita coisa que não esperava ver, e outras que eu esperava logo de início e não estou vendo, como as aulas de cálculo, por exemplo, que não tivemos.
Segundo ele, os professores estão bem focados nos projetos. “Acredito que desta maneira o aluno já vai chegar ao final do curso muito mais preparado para fazer um projeto, já vai sair daqui com boas práticas e quanto ao trabalho, já vai ter mais noção de prazos, inovações e ideias”.
Victor Hugo do Vale Rodrigues, que pretende se formar em Mecânica também está animado com o novo modelo de aprendizagem: “A gente sai do convencional, das aulas maçantes de ouvir o professor falando e passando o exercício e acabou ali. Com a ABI a gente já tá batendo em cima da parte prática, aprendendo na prática como efetivar nosso trabalho e isso é muito bom pra gente que, quando for pra área, já vai estar muito mais preparado e habituado a fazer o trabalho correto”.
O fato de muitas empresas oferecerem vagas somente para profissionais com experiência prática também ajuda os alunos a terem uma visão vantajosa do modelo ABI: “Com as aulas só teóricas, não dá pra agregar experiência prática e este formato vai nos ajudar muito neste sentido de já iniciar com a mão na massa”, afirmou Nicolas Silva de Paula, que pretende se formar em Elétrica.
Vinícius Barreto Vidigal, futuro engenheiro mecânico está achando as aulas super dinâmicas: “As provas convencionais estão sendo ignoradas e isso é legal, porque a pessoa pode ser muito boa, mas na hora na prova escrita não tem um bom rendimento, enquanto que na prática a pessoa é excelente e isso é o que mais importa e só nos traz vantagens”.
Samantha Grisol, professora da ABI, Ambiental e Produção, conta como está sendo a experiência com os alunos no Sistema ABI: “No início eu percebi uma curiosidade enorme com esta alteração no modelo de ensino. Precisamos de muito diálogo, explicações e exemplos. Nós oferecemos orientação com os conteúdos e com os projetos desde a primeira semana de aula e assim, os alunos foram se adaptando e enxergando a nova rotina sobre a maneira como se desenvolveriam neste modelo. De nossa parte, essa primeira experiência superou as expectativas, pois oferecemos, por exemplo, alguns projetos para eles trabalharem, que mesmo tendo um foco ambiental, envolvia as cinco engenharias e os alunos abraçaram a ideia da melhor maneira, indo muito além do que havíamos proposto”.
Educação disruptiva
A proposta do Sistema ABI está apoiada na educação disruptiva, cuja ideia principal é romper com o estabelecido para melhorar o existente e foi idealizado pela faculdade, por cerca de 20 profissionais da área. É a proposta da Educação do Século 21 colocada em prática no UniFOA desde o primeiro dia de aula.
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