O governador Cláudio Castro (PL) sinalizou mais uma vez que está disposto a tirar do papel o sonho de moradores e investidores com atuação na região Sul Fluminense que aguardam a construção do Aeroporto Regional Vale do Aço. No dia 18 de outubro, o chefe do Executivo estadual reiterou à Justiça o interesse em dar prosseguimento à ação de desapropriação da área no bairro Roma I, que deve receber além da pista, terminais de passageiros e de cargas.

A princípio, a aquisição do terreno de 1,7 milhão de metros quadrados deveria ser arcada pelas prefeituras de Volta Redonda e Piraí, mas em 2010 o governo do estado sinalizou que assumiria o custo, a partir de uma iniciativa do então deputado estadual Edson Albertassi, autor da emenda neste sentido na Assembleia Legislativa (Alerj). Agora, 12 anos depois, o tema volta a ganhar força no Palácio Guanabara.

Em resposta a juíza da Vara Única de Piraí, Anna Luiz Campos Lopes Soares Lopes Valle, o governador destaca que o Decreto 42.734, de 7 de dezembro de 2010, que declarou a utilidade pública da área do Roma I, “para fins de desapropriação, é aquele que permanece válido”. Pelo projeto, o Aeroporto terá pista com 2,2 mil metros de extensão, com capacidade para suportar aeronaves de grande porte e necessitaria, numa segunda etapa, de novos investimentos em instrumentos para permitir voos noturnos, por exemplo.

Naquele período, o valor integral da construção do aeroporto foi estimado em R$ 50 milhões. Em setembro de 2011, o Diário Oficial da União publicou a liberação da primeira verba para a construção do Aeroporto Regional Vale do Aço. O valor anunciado foi de R$ 8,6 milhões, por meio do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (Profaa).

Estratégico

A proposta original é que o Aeroporto seja estratégico para a região, incrementando o turismo e facilitando em muito a rotina dos executivos das indústrias da região. Para o vereador Betinho Albertassi (União), que apresentou em março um requerimento na Câmara de Vereador solicitando ao governo do estado a retomada das iniciativas do projeto, o Sul Fluminense só tem a se beneficiar.

“Estamos felizes com a notícia da possibilidade desse sonho se tornar realidade”, afirmou o parlamentar. Com finalidade mista, carga e passageiros, a obra beneficiará moradores de Volta Redonda, Piraí, Barra Mansa e cidades da redondeza, e ainda vai servir para resolver a histórica questão de logística de uma área das mais industrializadas do Estado do Rio, onde estão instaladas empresas como CSN, Peugeot-Citroen, Man Latin America, AmBev, Votorantim, entre outras.

Pelo projeto original, o Aeroporto Vale do Aço seria um dos maiores entre os regionais no estado do Rio. A pista terá 2,2 mil metros – maior, por exemplo, do que a do Santos Dumont, na capital fluminense, que tem 1.260 metros de comprimento por 30m de largura. Com isso, estará apto para receber aviões de até 150 passageiros, como os Boeing 737.

A construção, na visão do vereador Betinho Albertassi, será importante também para atender as empresas e indústrias do Sul Fluminense, já que o espaço ajudará no escoamento de cargas comerciais, além de ser base de apoio para o Santos Dumont e Galeão, ambos no Rio. “Hoje, em caso de problemas meteorológicos, por exemplo, as aeronaves são deslocadas para Belo Horizonte”, destaca.

Foto: arquivo/divulgação

1 COMENTÁRIO

  1. Resta saber como será essa desapropriação, não podemos esquecer que em 2011 houve um blefe com matéria paga em jornal, justamente quando se estudava a instalação da Nissan em nossa cidade. o blefe era que o tal terreno seria utilizado para construção de um grande shopping, construção de casas, e até mesmo venda de lotes, seria praticante um novo bairro. A matéria paga estampada na primeira página de um jornal mostrava um maravilhoso projeto, todo colorido, o blefe funcionou, a Nissan se foi, o terreno se transformou em um matagal e continua até hoje com “o proprietário”, e a cidade perdeu.

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