A crise no transporte urbano por ônibus não é um problema que afeta exclusivamente a região Sul Fluminense. É uma pauta de discussão em 2.901 municípios brasileiros que contam com sistemas organizados de transporte coletivo. A inflação impactou diretamente na elevação do preço do combustível.

A pandemia foi outro elemento que afetou o sistema, reduzindo drasticamente o número de passageiros. Até o momento, ainda não houve a retomada em sua totalidade, provocando desgastes aos políticos e empresários, com a falta de tarifa para cobrir os custos do sistema.

Volta Redonda, por exemplo, tem hoje cerca de 1,2 milhão de passageiros transportados que pagam a tarifa cheia, no valor R$ 4,20. Já 80 mil estudantes têm 50% de abatimento no valor. Além disso, 180 mil idosos acima de 60 anos e 390 mil idosos acima de 65 anos em diante não pagam nada. Também são conduzidos pelo sistema 70 mil pessoas com deficiência e doenças crônicas, muitas com acompanhantes.

De posse dos números, observa-se que são 640 mil gratuidades. Somando ainda os 50% de estudantes, o número chega à casa das 680 mil passagens gratuitas por mês.

Segundo informações obtidas pela Folha do Aço, a tarifa técnica hoje para cobrir todos os gastos seria em torno de R$ 5,70. No entanto, a decisão de majorar o preço da passagem sempre passa por questões política/eleitorais.

Subsídio para o transporte

As prefeituras da região, como exemplo, Resende e Angra dos Reis, já enxergaram que a melhora do transporte passa por um apoio financeiro aos munícipes que utilizam o transporte coletivo, sem onerar o bolso do trabalhador. Em Resende, o prefeito Diogo Balieiro (PROS) fez uma licitação onde a tarifa a ser paga pelo passageiro será de R$ 4,40, porém, o governo municipal fará o subsídio, ou seja, repassará o valor de R$ 1,95.

Em Angra dos Reis, o prefeito Fernando Jordão (PL) também vem enfrentando o problema de frente e já entendeu que sem um aporte financeiro do poder público, o sistema tende a seguir caminhos tortuosos. A prefeitura da cidade da Costa Verde subsidia, hoje, R$ 3,50 de uma tarifa de R$ 5,50. O passageiro arca com R$ 2, atualmente.
            “Os repasses das prefeituras possibilitarão às empresas promover a tão desejada renovação da frota”, explicou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Sindpass). “Hoje, mesmo com a volta das atividades, a demanda pelo transporte continua mais baixa do que antes da pandemia, entre 65% e 75%”, completou.

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