Na tarde desta quinta-feira (dia 3), a Polícia Federal prendeu um correspondente bancário envolvido em um esquema fraudulento contra a Caixa Econômica Federal e terceiros, na cidade do Recife, em Pernambuco.

Na ação de ontem, policiais federais cumpriram um mandado de prisão preventiva, expedido pela 1ª Vara Federal de São Pedro Da Aldeia/RJ, em desfavor do homem que já havia deixado o estado do Rio de Janeiro na tentativa de fugir da Justiça, mas foi localizado no Recife.

A ação é desdobramento das investigações que tiveram início em 2022, após uma notícia-crime ser apresentada por uma das vítimas e pela própria Caixa Econômica Federal. Na ocasião, o preso abriu 12 contas bancárias em nome de idosos, em sua maioria aposentados, sem o consentimento deles, atuando em conjunto com um gerente da agência da Caixa de Armação dos Búzios/RJ, que atualmente está foragido com ordem de prisão decretada. As contas foram criadas utilizando o documento de identidade das vítimas, além de comprovante de residência, e-mail e telefone com informações do preso para todas as contas.

Após a abertura das contas, o correspondente bancário realizou diversos empréstimos, transferiu os valores para sua conta pessoal, usou cartões de crédito e fez uso do cheque especial em nome das vítimas. Até o momento, as investigações indicam um prejuízo aproximado de R$1.200.000,00 (um milhão e duzentos mil reais).

Para aumentar as linhas de crédito, o gerente da agência cadastrou rendas mensais fictícias, que variavam entre R$20.000,00 (vinte mil reais) e R$90.000,00 (noventa mil reais), ao cadastrar as vítimas como servidores públicos federais, ainda que não o fossem visto que suas rendas variavam entre um e cinco salários mínimos. O gerente foi demitido pela Caixa Econômica Federal após os fatos virem à tona.

Entre as vítimas, chamam a atenção os casos de uma diarista e um funcionário de condomínio residencial, cujas rendas mensais aproximadas eram de dois salários mínimos, mas foram cadastrados respectivamente com rendas de R$25.857,90 e R$88.987,25.

Destaca-se também a falta de proporcionalidade nas concessões, uma vez que clientes sem histórico de relacionamento com a Caixa receberam valores expressivos de limites de cheque especial (média de 70 mil e 80 mil reais), CDC e cartões de crédito, baseados na falsa comprovação de renda.

Os investigados responderão pelos crimes de estelionato previdenciário e peculato digital, além de outros delitos que possam surgir no decorrer da investigação. Somadas, as penas máximas dos crimes ultrapassam os 18 anos de reclusão.

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