Na tarde de quinta-feira (dia 29), o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (SindMetal) foi palco de uma reviravolta, com a destituição do presidente Edimar Miguel e a designação do vice-presidente, Odair Mariano, como seu substituto interino. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da entidade, na Rua Gustavo Lira, no Centro.
A nova configuração da direção do SindMetal é composta por Odair Mariano como presidente interino; Maurício Faustino Netto como vice-presidente; Alex Clemente como diretor de Comunicação, Edson Barbosa como diretor de Saúde, Segurança e Previdência e José Marcos responsável pelas Finanças e Administração. Enquanto isso, Edimar Miguel, agora ex-presidente, foi realocado como diretor de Organização por local de trabalho.
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Edimar questionou a legalidade da destituição sem a realização de uma assembleia.
Cenário
O cenário político conturbado no SindMetal não é novidade e foi intensificado por acusações de nepotismo e má gestão financeira. O diretor jurídico da entidade, Leandro Vaz, lançou críticas contundentes a Edimar Miguel, descrevendo a situação como uma “cortina de fumaça” na luta de Edimar pelo poder.
Vaz argumentou que Edimar estava ciente de todas as transações financeiras conduzidas por seu diretor de Finanças, Alex Clemente, e acusou o ex-presidente de tentar instituir o nepotismo no sindicato, o que desencadeou uma guerra política interna.
“Quando essa mamata é retirada, Edimar começa uma guerra e uma perseguição política contra a diretoria administrativa”, ressaltou.
Além das acusações de nepotismo, o diretor Jurídico acusou Edimar Miguel de estagnar a entidade, descumprindo o estatuto e violando as prerrogativas estatutárias. “Ele vem violando essas deliberações ao longo desses anos. Exemplo disso é que foram realizados diversos bloqueios porque ele nunca tinha tempo de ir ao banco”, explicou.
Leandro Vaz apontou que o escândalo atual é resultado da má administração de Edimar. “Chegou um ponto em que suas mentiras tiveram que ser expostas. E quem sofre é o trabalhador, é a base”, lamentou, confirmando a decisão de remanejar Edimar e Alex até que todos os fatos sejam esclarecidos. Odair Mariano assume o cargo interinamente.
“É prerrogativa da diretoria administrativa realizar o remanejamento. Tanto um como outro serão remanejados. Não estamos expulsando ninguém de seus cargos. É um movimento comum, até que se esclareçam os fatos”, concluiu.
Crise
As tensões atingiram um ponto crítico quando Edimar Miguel apresentou ao Conselho Fiscal alegações de transações financeiras suspeitas realizadas por Alex Clemente, sugerindo um desvio significativo de recursos da conta bancária do Sindicato. No entanto, Clemente negou veementemente as acusações, afirmando que todas as transações foram realizadas com o conhecimento e aprovação do presidente.
Em resposta às ações de Edimar, a diretoria Administrativa do SindMetal demitiu o advogado Tarcísio Xavier, desencadeando ainda mais tensões e discordâncias internas. A situação se agravou quando Edimar divulgou um vídeo acusando seus colegas de se recusarem a deixar a sala da presidência, evidenciando ainda mais a divisão interna na entidade.
Diante desse contexto conturbado, especulações sobre mudanças mais profundas na composição da direção executiva e o futuro do SindMetal-SF são inevitáveis. Com disputas internas e acusações mútuas entre os envolvidos, o desfecho dessa crise parece estar longe de ser resolvido, deixando a maior entidade sindical do Sul Fluminense em um impasse.
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