O uso de remédios por conta própria em meio à epidemia de dengue preocupa as autoridades de saúde do Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) alerta para os riscos causados pela automedicação. Em casos de dengue, podem até agravar a doença.
“Os anti-inflamatórios, por exemplo, que são muito utilizados por pessoas que estão com dor de garganta e outros sintomas gripais, têm muitos riscos, principalmente pela possibilidade de sangramento. Com a dengue, a contagem de plaquetas tende a reduzir, aumentando o risco de hemorragia. Por isso, em caso de febre, dores no corpo e de cabeça, por exemplo, o paciente deve procurar atendimento médico, não a farmácia”, destaca Daniela Vidal, médica e assessora técnica da subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária em Saúde.
O alerta se torna ainda mais relevante com o aumento de casos no estado. Dados do Centro de Inteligência em Saúde (CIS) da SES-RJ divulgados nesta quarta-feira (dia 6), mostram que o Rio de Janeiro chegou a 100.651 casos prováveis de dengue em 2024, quase o dobro dos 51.494 registrados no ano passado.
“Na lista dos anti-inflamatórios que devem ser evitados estão cetoprofeno, ibuprofeno, nimesulida, diclofenaco e aspirina. Além deles, outros medicamentos contraindicados são os corticosteroides, como prednisona, dexametasona e betametasona”, explica a médica Débora Fontenelle, assessora técnica da Superintendência de Vigilância Ambiental e Epidemiológica.
Salas de hidratação
Para garantir o atendimento de quem procuram as unidades estaduais com sintomas de dengue, a SES-RJ estabeleceu um fluxo de atendimento exclusivo para esses pacientes e ampliou a estrutura de salas de hidratação em 11 das 27 UPAs da rede estadual.
Com esse conjunto, é possível atender – em média – 50 pessoas por dia a mais do que já vinham sendo atendidas. As 27 UPAS da rede estadual de saúde possuem salas de hidratação – também conhecidas como salas de hipodermia – mas essas 11 receberam ampliação por terem registrado aumento nos atendimentos a pacientes com dengue.