AMAN recebe multa milionária por incêndio que destruiu 312 hectares no Parque Nacional do Itatiaia

Um incêndio devastador, supostamente causado por cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), consumiu 312 hectares do Parque Nacional do Itatiaia em junho deste ano. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) revelou que as chamas foram provocadas por um fogareiro de preparo de alimentos do Exército utilizado durante um treinamento militar.

Em consequência, a AMAN foi multada em 6,5 milhões de reais pelo ICMBio. O fogo destruiu vastas áreas de vegetação nativa e danificou diversas estruturas físicas do parque, levando ao embargo da área para assegurar a regeneração da flora local.

O incêndio teve início no dia 14 de junho e, em questão de minutos, as chamas se espalharam rapidamente, favorecidas por ventos de até 80 km/h, com alturas de fogo variando de 3 a 5 metros.

A operação de combate ao incêndio mobilizou cerca de 150 combatentes de 24 instituições, incluindo a Brigada de Incêndio do Exército, os corpos de bombeiros do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, além de agentes do IBAMA, ICMBio e voluntários. Apesar de intensos esforços, o incêndio foi extinto somente no dia 23 de junho.

Em nota oficial, a AMAN afirmou que ainda não teve acesso à apuração realizada pelo Instituto e que a autuação está sob análise e defesa por parte da União. A Academia reforçou seu compromisso com a preservação do meio ambiente, especialmente do Parque Nacional do Itatiaia, onde está presente há mais de 80 anos.

Governo Federal endurece penalidades para quem provocar incêndios florestais

Na última sexta-feira (dia 20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto nº 12.189, que aumenta multas e sanções para quem causar incêndios florestais. A nova normativa altera o Decreto 6.514/2008. 

Como principais mudanças, o novo Decreto incluiu a possibilidade de embargo de obras em atividades em áreas desmatadas irregularmente ou queimadas, com exceção das atividades de subsistência. Outra novidade é a estipulação de multas em casos de incêndio: em área de vegetação nativa, será de R$ 10 mil; e em caso de florestas cultivadas, será de R$ 5 mil, ambas sem sanção anterior. A multa para uso do fogo não autorizado em áreas agropastoris também aumentou de R$ 1 mil (por hectare ou fração) para R$ 3 mil (por hectare ou fração). 

Os proprietários rurais que não implementarem ações de prevenção e combate a incêndios em sua propriedade de acordo com as normas a serem estabelecidas pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo poderão ser multados em até R$ 10 milhões. Já quem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios, florestais ou não, pode pagar uma multa que varia de R$ 1 mil a R$ 10 mil. 

Infrações ambientais que forem consumadas mediante incêndio serão aplicadas em dobro, assim como em terras indígenas. 

Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

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