Após dois anos e quatro meses de espera, a reforma do Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Cais Conforto, na Zona Oeste de Volta Redonda, está finalmente próxima de ser concluída. No entanto, o atraso e o aumento significativo nos custos trouxeram à tona críticas à gestão do prefeito Neto (PP), exposta novamente por falhas de planejamento e entraves burocráticos que vêm marcando essa obra.
Na manhã de quinta-feira (dia 14), o prefeito Neto afirmou que a obra “já está pronta”. Contudo, antes da reabertura, a administração municipal enfrenta desafios financeiros e estruturais. Neto informou que será necessário um investimento mensal superior a meio milhão de reais para contratar o quadro de profissionais de saúde e administrativos essenciais para o funcionamento pleno da unidade.
“Nós fizemos agora um estudo da contratação das pessoas, eu vou gastar quase R$ 600 mil por mês para botar em operação”, calculou o prefeito.
Além desse desafio financeiro, Neto precisa definir quem substituirá Conceição de Souza na Secretaria de Saúde, já que a atual titular se prepara para assumir o mesmo cargo na cidade de Piraí. “Eu preciso ter um secretário de Saúde. Dessa semana agora não passa”, declarou, sinalizando a urgência de reestruturação na pasta para viabilizar o funcionamento do Cais Conforto.
Somados os custos de salários, férias e 13º, o município deverá arcar com um valor anual de aproximadamente R$ 8,1 milhões para manter a unidade em pleno funcionamento.
Transtornos
Desde o fechamento da unidade, moradores da Zona Oeste precisaram se deslocar para outras áreas, buscando atendimento em locais como os hospitais do Retiro, São João Batista e Dr. Nelson Gonçalves. A expectativa pela reabertura é alta, especialmente porque o projeto reformado contempla melhorias como salas de classificação de risco, ouvidoria, eletrocardiograma, além de adequações elétricas, hidráulicas e de acessibilidade.
A obra, iniciada em 1º de julho de 2022, sofreu diversas interrupções, que elevaram seu custo de R$ 681 mil para aproximadamente R$ 1 milhão. Além do impacto financeiro, o aumento de quase 47% gerou entraves para a continuidade dos trabalhos e ampliou o prazo de entrega. Esse histórico de mudanças e ajustes no projeto original reforça as críticas ao planejamento municipal, que falhou em prever a complexidade e as necessidades reais da intervenção.
Agora, para os moradores, a reabertura do Cais Conforto representa mais do que o retorno de um serviço essencial; é uma promessa de que a estrutura reformada atenderá com qualidade e agilidade as demandas de urgência e emergência. Contudo, o atraso e o elevado custo fazem desse projeto uma questão de credibilidade para a gestão do prefeito Neto, que precisa demonstrar que os investimentos feitos finalmente resultarão em um atendimento adequado para a população.