Revitalização da Praça Pandiá Calógeras: Prazo é estendido por mais 120 dias e custo salta para R$ 3,5 milhões

Após o atraso e reajuste de valores na revitalização da Rua 33, na Vila Santa Cecília, é a vez da Praça Pandiá Calógeras, no bairro Sessenta, enfrentar uma situação semelhante. A prefeitura de Volta Redonda autorizou um aditivo de R$ 859 mil no contrato da obra, elevando o custo total para mais de R$ 3,5 milhões – um aumento de 21,18% em relação ao valor inicial.

Além desse acréscimo, foi aprovado um gasto adicional de R$ 599 mil com a empresa Luquip Terraplenagem, vencedora da licitação de dezembro. O contrato destina-se à execução da pavimentação asfáltica no entorno da praça, abrangendo a área da ETPC e um trecho entre as ruas 60 e 21, na Vila Santa Cecília, com prazo de conclusão de um mês.

A responsabilidade pelos dois contratos recai sobre o Grupo VR Comércio Serviços, que venceu a licitação para revitalizar a Praça Pandiá Calógeras e reformar a pista de skate do local. Inicialmente, a obra estava prevista para durar 270 dias, com a inauguração marcada para a segunda quinzena de agosto do ano passado. No entanto, os prazos não foram cumpridos, o que levou o Palácio 17 de Julho a autorizar o primeiro aditivo de 180 dias. Agora, o prazo foi prorrogado novamente, com a previsão de conclusão para 15 de julho, véspera do aniversário de Volta Redonda.

Demora e os impactos

Para muitos moradores do bairro Sessenta, o atraso nas obras tem gerado frustração. “A Praça da ETPC sempre foi um ponto de lazer e convivência, e agora, com toda essa bagunça, fica difícil até para passar pelo seu entorno”, afirmou Ricardo Costa, morador da região. “Além disso, com tantos adiamentos, fica difícil confiar que a obra será entregue no prazo prometido.”

Já para Ana Lúcia, profissional autônoma, a situação é ainda mais preocupante. “Aqui o movimento caiu muito desde que as obras começaram. Antes, a Praça estava sempre cheia, e os populares, até de outras cidades, viam a área de lazer como um dos principais pontos da cidade”, disse. “Agora, está difícil até para estacionar na rua.”

Projeto

Com uma área de 25.000 m², a Praça da ETPC é um dos maiores pontos de lazer da cidade. Conforme o memorial descritivo, a revitalização também inclui a construção de nova pavimentação, uma pista de caminhada/corrida, reformas nas calçadas, remodelação dos jardins e áreas de lazer, e a troca da iluminação.

O projeto também prevê a construção de uma quadra de basquete, duas de futevôlei, além da revitalização do campo de futebol society e da quadra de tênis. E, além da parte de infraestrutura, o cronograma inclui a plantação de árvores de espécies como Ipê Rosa (Handroanthus heptaphyllus), Ipê Amarelo (Handroanthus chrysotrichus) e Oiti (Licania tomentosa).

De R$ 2,6 mi para R$ 3,5 mi

O valor inicial do projeto foi estimado em R$ 3,8 milhões, com base no Sistema de Custos Unitários da Empresa de Obras Públicas (EMOP) do Estado do Rio. Durante a licitação, o Grupo VR Comércio Serviços venceu a concorrência com o valor de R$ 2,6 milhões – abaixo da estimativa inicial. No entanto, após a autorização dos aditivos, o custo da obra já ultrapassa R$ 3,5 milhões, refletindo um aumento considerável no orçamento total.

Uma história de atrasos

Vale lembrar que a Praça Pandiá Calógeras já passou por uma grande reforma durante o quarto mandato do prefeito Neto (PP). Iniciada em 2014, a revitalização só foi concluída em dezembro de 2016, após diversos atrasos.

Para antecipar a inauguração antes do fim do mandato, partes do projeto original foram deixadas de lado, resultando em um investimento de mais de R$ 2,3 milhões, financiados por meio de um convênio com a Caixa Econômica Federal. Agora, quase uma década depois, o espaço recebe novos investimentos públicos.

Falta de zelo

Desde o segundo semestre de 2022, a Praça da ETPC e seu entorno se transformaram em um canteiro de obras, abrigando caminhões, máquinas e materiais para a revitalização da Rua 33. O que era um local de convivência e lazer para a comunidade se tornou um símbolo do desleixo com o patrimônio público e dos atrasos nas obras essenciais para a cidade.

“É como se a cidade estivesse se esquecendo de cuidar do que já tem. A Praça já foi tão bonita e agora está abandonada, sem previsão de entrega”, lamenta Marcos Silva, outro morador do bairro Sessenta. “A gente paga impostos para ver as coisas melhorar, não para ficar esperando e vendo as obras se arrastarem.”

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