A promessa de reforma e adequação dos banheiros da Rodoviária Prefeito Francisco Torres, em Volta Redonda, continua apenas no papel. Dois meses após a assinatura do contrato entre a Prefeitura e a empresa D20 Studio de Arquitetura, vencedora da licitação no valor de R$ 300 mil, nenhuma obra foi iniciada. Enquanto isso, passageiros, taxistas e populares seguem enfrentando condições insalubres nos sanitários do terminal.
A reforma dos banheiros foi anunciada após diversas reclamações públicas sobre a precariedade do espaço, que carece de manutenção, acessibilidade e boas condições higiênicas. Segundo o projeto básico apresentado no edital 90146/2024, os serviços incluem: demolição de paredes, pisos e forros; retirada de divisórias, bancadas, cubas, bacias sanitárias e aparelhos de iluminação; construção de novas paredes em alvenaria; instalação de novas divisórias em granito branco Itaunas com portas de vidro temperado incolor pintado em branco fosco; instalação de bancadas com grapas de aço galvanizado; melhoria na ventilação e iluminação para reduzir o mau cheiro; execução de instalações hidráulicas, de esgoto e elétricas.
Na etapa de acabamento, serão utilizados porcelanatos de diferentes dimensões: 120×60 cm e 120×120 cm para as paredes, e porcelanato 120×120 cm para os pisos. As divisórias e bancadas contarão com materiais de alta resistência, enquanto os mictórios terão divisórias padronizadas fixadas nas paredes.
Enquanto a obra não é iniciada, o funcionamento dos banheiros continua restrito até as 21h, gerando reclamações de passageiros que necessitam utilizá-los durante a madrugada.
Críticas e insatisfação
A demora na execução das obras tem gerado indignação entre os usuários da rodoviária. “Os banheiros estão imundos, sem condições de uso. O cheiro é insuportável e a acessibilidade é zero. A Prefeitura fez tanta propaganda de suas obras, mas sempre atrasa “, criticou a passageira Marta Souza, que frequenta o local regularmente.
João Carlos, representante comercial da região, também manifestou revolta: “Parece que a Prefeitura sempre encontra desculpas para não cumprir o que promete. Todo mundo está vendo que a Rodoviária precisa dessa reforma urgentemente, mas se passaram meses e não colocaram sequer um tapume.”
Histórico de atrasos
O receio de que a reforma dos banheiros também se prolongue por tempo indeterminado é ampliado pelo histórico de atrasos da mesma empresa responsável pela obra. A D20 Studio de Arquitetura também conduz a construção do espaço público para motoboys, anexo à Rodoviária, cujo prazo inicial já sofreu dois aditivos e teve a conclusão adiada de janeiro para maio. O custo da obra também aumentou em 24,35%, ultrapassando R$ 252 mil.
Privatização da rodoviária
Com autorização da Câmara de Vereadores, a Prefeitura de Volta Redonda deu início ao processo de concessão da gestão e operação da Rodoviária Prefeito Francisco Torres à iniciativa privada. A medida, oficializada por decreto no dia 4 de fevereiro de 2025, foi divulgada com exclusividade pelo site Folha do Aço. A empresa vencedora da licitação terá um contrato de 20 anos e será responsável por modernizar, operar e manter o terminal, que ocupa uma área total de 9.500 m².
Desde então, não houve nenhum posicionamento oficial do Palácio 17 de Julho a respeito do andamento deste processo de privatização.
Prefeitura e prazos indefinidos
A prefeitura de Volta Redonda ainda não se manifestou sobre a razão da demora para iniciar a reforma dos banheiros da rodoviária. De acordo com o contrato, a obra será iniciada apenas após a expedição de uma ordem de serviço pela Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade Urbana (STMU), documento que até o momento não foi emitido.