A solidariedade é uma das características do povo brasileiro. A tragédia da última semana, onde centenas de pessoas ficaram desalojadas em Volta Redonda, revelou mais uma vez essa faceta. As primeiras ações começaram ainda na noite do domingo (dia 7). Voluntários auxiliaram resgate de pessoas que tiveram as casas atingidas pela forte chuva.

Moradora da Rua São Judas Tadeu, no Retiro, dona Josefa Ana da Conceição, de 80 anos, teve sua casa tomada por água e lama. A idosa foi retirada por vizinhos com a água passando a altura da cintura. “Ela não enxerga bem, e já estava em cima da cama, com água embaixo dos braços e perdeu tudo. Estamos mobilizando família, amigos, para ver o que conseguimos de doação. Ela está na casa da filha dela, mas precisa reconstruir sua casa”, explicou Priscila Eller, sobrinha de dona Josefa.

Já Felipe Barbosa, de 32 anos, morador da Rua Santa Vitória, também no Retiro, teve a casa invadida por barranco. O profissional autônomo conta com a ajuda de conhecidos para voltar a ocupar o imóvel. “São muitos amigos ajudando a tirar a lama e a gente não conseguiu limpar tudo. Meus filhos, de 8 e 2 anos, e minha mulher estão na casa da minha sogra. As únicas coisas que não perdemos foram uma televisão e os equipamentos médicos da Mirely”, disse.

O apoio recebido ajuda Felipe Barbosa a ter força para apoiar a esposa de 34 anos que necessita de cuidados especiais. Ela sofre de Síndrome de Brugada, doença genética que eleva o risco de arritmias ventriculares graves. Ao passar por uma cirurgia, a mulher sofreu uma parada respiratória de 30 minutos, deixando-a em estado vegetativo.

No início da semana, Felipe foi surpreendido com a iniciativa de amigos criando uma campanha de arrecadação pela internet, mais conhecida como vaquinha virtual. A meta é chegar aos R$ 10 mil para comprar móveis, eletrodomésticos e outros itens para família

Ajuda de entidades

Entidades e empresas também iniciaram mobilizações em Volta Redonda. O Clube dos Funcionários disponibilizou sua sede social e a Praça de Esportes Tabajaras (PET) para receber doações, que serão destinadas aos desalojados. O Shopping Park Sul também é ponto de arrecadação de alimentos, roupas em bom estado (masculina, feminina e infantil), material de limpeza e higiene pessoal. As doações deverão ser entregues em frente ao Bramil Supermercados.

A arrecadação é realizada em conjunto com a secretaria municipal de Ação Comunitária (Smac). A prefeitura de Volta Redonda foi a primeira a disponibilizar um local para doações. A Arena Esportiva do bairro Voldac e os Centros de Referência em Assistência Social (Cras) foram os pontos escolhidos. Todo material doado será encaminhado às famílias atingidas pela chuva.

“Imediatamente após a chuva, nós já colocamos as equipes nas ruas para verificar a situação, quantos desalojados, as famílias que foram afetadas e, a partir daí, traçar uma série de ações para garantir a dignidade dessas pessoas. Liberamos a Arena para receber doações e vamos encaminhar para os que estão em situação crítica. Qualquer doação de materiais de limpeza, móveis, roupas em bom estado ou mantimentos será bem-vinda”, disse o secretário da Smac, Marcus Vinícius Convençal.

O último balanço divulgado apontou 123 famílias desalojadas e nenhuma desabrigada. Essas pessoas estariam em casas de parentes ou amigos. A prefeitura disponibilizou os ginásios da 249, Ilha São João e Retiro, além do Estádio Municipal, para funcionar como abrigos, caso haja necessidade. “As pessoas que estão desalojadas e que, por acaso, ainda não foram contatadas pela Smac, devem procurar o Cras mais próximo da residência para orientações, intervenções e encaminhamentos pertinentes”, diz comunicado.

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