A Páscoa se aproxima e, com ela, a procura pelos tradicionais ovos de chocolate. Faltando poucas semanas para a data – celebrada, neste ano, em 9 de abril – o preço dos produtos para presentear vem assustando os consumidores. De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Fundação Getúlio Vargas, o chocolate aumentou 12% nos últimos 12 meses.
Apesar disso, de acordo com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Volta Redonda (CDL-VR), a expectativa do comércio é positiva.
“A data deve gerar um impulsionamento de, pelo menos, 20% a mais no faturamento de setores especializados e de 10% em outros segmentos, por conta do feriado prolongado da Semana Santa. Já estamos orientando os lojistas a se prepararem para a data, divulgar promoções, vitrines com foco na Páscoa. É uma data que ajuda a movimentar diversos setores”, afirmou o presidente da entidade, Leonardo Almeida.
Segundo o Sicomércio, a data também aumenta o número de vagas temporárias para as empresas que trabalham com vendas de chocolates.
“Para atender à demanda, é preciso reforçar a equipe. Além disso, este ano, a expectativa de troca de presentes, que vem se tornando uma tradição que vai além dos doces, contribui com um aumento maior em outros segmentos, que estão investindo na data”, disse o presidente Levi Freitas.
Economia para os consumidores
Já para quem não abre mão de ir às compras, a dica é pesquisar preços ou buscar alternativas para economizar. A estratégia de Ronaldo Ribeiro, engenheiro e pai de três filhos, é substituir os ovos por barras de chocolate.
“Sai bem mais em conta, pois são mais baratos e contém mais quantidade”, explica Ronaldo, acrescentando que já realizou as compras com antecedência. “É outra medida para evitar preços exorbitantes no período mais próximo ao feriado”.
Comprar após a data já é a alternativa da secretária Rúbia Vasconcellos. “Como meus afilhados não abrem mão dos ovos e dos brinquedos que vêm neles, negocio o dia da entrega. Passada a Páscoa, os preços caem bastante e eles não deixam de ganhar o que querem, porém com certo atraso”, pondera Rúbia.
A criatividade e a diversão são as apostas da dona de casa Anna Carolina Souza para agradar a criançada.
“Como os ovos de indústria estão cada vez mais caros, eu procuro comprar os chocolates, derreter e montar com confeitos divertidos junto com os meninos em casa, fazendo daquele momento uma oportunidade de alegria e união com eles”, diz a mãe dos pequenos Caio e Davi, de 5 e 3 anos, respectivamente.
Oportunidade para o empreendedor
Neste momento de alta nos preços, os micros e pequenos empreendedores buscam oferecer opções mais vantajosas para o público, alavancar as vendas e faturar com a data sazonal. É o caso da cake designer Mariana Amante, que, a 40 dias da Páscoa, já contabilizava mais de 40 encomendas.
“Realmente, os ovos industrializados estão bem caros esse ano, sem contar que se paga mais a embalagem que o próprio chocolate. Olhei os infantis, com algum tema da moda, e o mais barato era 69 reais com 90 gramas. O meu infantil temático e de colher com 350 gramas, no tema que o cliente escolher, está saindo a 59 reais”, afirma Mariana, demonstrando que os ovos artesanais estão caindo cada vez mais no gosto – e no bolso – do consumidor.
Há 12 anos no mercado, Mariana conta que vê o interesse na confeitaria artesanal aumentar a cada ano. “Já tenho bastante cliente fiel e fixo e a cada ano ganho mais um pouco deles. Acho que a confeitaria artesanal adquiriu um grande papel na Páscoa nos últimos anos. Muita gente entende que os chocolates nobres ou as coberturas de chocolates vendidas por esse nicho hoje em dia são bem saborosos e não deixam a desejar em comparação a grandes marcas”, relata.
A confeiteira pontua que se preparou com antecedência para receber as encomendas. “Em fevereiro já compro minhas embalagens de Páscoa e com 45 dias antes já monto meu catálogo. Hoje, faltando menos de 30 dias, toda minha mala direta já recebeu meu catálogo e, agora, entro nas redes sociais para fazer o restante da divulgação. Na semana da Páscoa a procura aumenta consideravelmente e a produção é intensa, chegando ao ter que recusar pedidos”.
Foto: arquivo pessoal