Após a condenação do vereador Vander Temponi, do partido União Brasil, a uma pena de 25 anos de prisão em regime fechado, sua defesa anunciou que irá recorrer da decisão. O advogado Márcio Delambert, representante de Temponi, emitiu uma nota expressando inconformidade com a sentença e alegando desconexão com a legalidade.
“Reanima métodos já reprovados em um passado bastante próximo para penalizar a política! A defesa está inconformada e vai recorrer”, afirmou Delambert.
A condenação, proferida pelo juiz Alexandre Abrahão Dias Teixeira, da 3ª Vara Especializada em Organizações Criminosas, decorre de um processo movido pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por suspeita de envolvimento em práticas de ‘rachadinha’.
Além de Temponi, seus assessores Celso Diniz e Luciana Delgado também foram condenados, recebendo cada um uma pena de 13 anos de detenção. Como parte da sentença, Temponi deverá devolver R$ 105 mil aos cofres públicos, enquanto Celso Diniz e Luciana Delgado devem restituir, respectivamente, R$ 61 mil e R$ 13 mil. O juiz ainda determinou uma multa de R$ 1 milhão como dano moral ao município.
A denúncia do Ministério Público detalhou as atividades dos réus na organização criminosa, destacando a criação de um esquema ilegal de ‘rachadinha’ no gabinete do vereador Temponi. Diálogos entre as partes mostraram uma relação amigável, mas com indícios de desconfiança por parte do vereador, que sugeriu a adoção de mecanismos para “blindar” o esquema fraudulento e dificultar o rastreio das práticas criminosas.
A nomeação de Celso e Luciana por Temponi logo no início de seu mandato em 2021, conforme o Diário Oficial do Município de Volta Redonda, é evidência documental do esquema. Os repasses mensais de recursos para o vereador, provenientes dos salários dos assessores, comprovam a prática do crime de Organização Criminosa.
Apesar da condenação, Temponi, que é pré-candidato à reeleição, ainda pode recorrer em liberdade.
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