Um episódio de preconceito e violência marcou a final da Copa Gigantes da Rede, na categoria Infantil Feminino de vôlei, disputada no último domingo (dia 24), em Paty do Alferes. Atletas e a comissão técnica do Clube dos Funcionários, de Volta Redonda, foram alvos de xingamentos, ofensas homofóbicas e até de manifestações racistas vindas de parte da torcida e de jogadoras da equipe adversária.
Em nota divulgada nas redes sociais, o Clube repudiou o ocorrido. “Além disso, nossas atletas e comissão técnica foram ameaçadas ao deixarem o ginásio onde acontecia o evento, o que aumenta ainda mais a gravidade da situação. Tais condutas são inaceitáveis e violam princípios fundamentais de igualdade, respeito e dignidade humana (…). Reafirmamos que o esporte deve ser um espaço de integração, inclusão e formação de valores, jamais de discriminação”.
O comunicado destacou ainda que o Clube dos Funcionários pediu à organização da competição a apuração dos fatos e a aplicação das devidas punições. A diretoria avalia se registrará ocorrência policial.
O caso repercutiu imediatamente nas redes sociais. Muitos internautas criticaram o comportamento da equipe adversária e de sua torcida. Um seguidor escreveu: “Atitude nojenta. Me solidarizo com vocês! O respeito sempre será maior do que qualquer atitude de preconceito!”. Outro sugeriu punições severas: “Desclassificação da equipe e suspensão, neste e no próximo ano, de todas as competições intermunicipais”.
Clubes e entidades também se manifestaram em apoio. O Clube Comercial divulgou mensagem de solidariedade: “Unidos, seguimos mais fortes em prol do esporte, do lazer e da nossa cidade. Contra qualquer tipo de preconceito, seja de gênero, raça ou qualquer forma de discriminação”.
A Escolinha de Vôlei Monte Líbano também repudiou os ataques. “Em pleno 2025, atitudes como essa não podem, de forma alguma, ser toleradas, ainda mais em um ambiente de formação, em que a média de idade não passa de 16 anos! Lamentável!”. Já a Escola de Vôlei de Maricá ressaltou a necessidade de conscientização das torcidas. “O esporte deveria ser espaço de incentivo, respeito e crescimento, especialmente nas categorias de base, onde a maioria dos atletas ainda está em formação”.
O Conselho Municipal dos Direitos das Pessoas LGBTI de Volta Redonda se colocou à disposição do clube para prestar apoio.
Uma mãe de atleta do time enviou nota de repúdio ao Clube dos Funcionários, lembrando que a homofobia é crime previsto na Lei nº 7.716/1989, com pena de até cinco anos de prisão. Ela pediu que a organização da competição adote medidas enérgicas para evitar novos episódios.
A equipe de reportagem da Folha do Aço tenta contato com representantes do time adversário e com a prefeitura de Paty do Alferes, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Uma cobertura mais detalhada sobre o caso estará disponível na edição impressa do jornal, que será publicada nesta sexta-feira (dia 29).
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