Um homem de 38 anos, morador do bairro 9 de Abril, em Barra Mansa, tornou-se alvo de um mandado de prisão preventiva expedido pelo juiz da 1ª Vara Criminal de Volta Redonda, Ludovico Couto Colaci, no último dia 25 de setembro. O acusado, denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) por extorsão mediante grave ameaça de morte e agressão, é apontado como um dos responsáveis pelas acusações que levaram à prisão de um policial militar do 6º Batalhão e de um policial civil lotado na delegacia de Barra do Piraí (88º DP) em abril deste ano.
Segundo a denúncia, entre janeiro de 2024 e julho de 2025, o homem cobrou juros abusivos sobre um empréstimo de R$ 11 mil contraído por um morador de Volta Redonda, elevando o valor da dívida para R$ 35 mil. A vítima realizou diversos pagamentos, mas continuou sendo ameaçada.
A promotoria relata que o acusado constrangeu a vítima e a esposa dela, inclusive em sua residência no bairro Ponte Alta, utilizando grave ameaça e exibindo arma de fogo. Mensagens de texto intimidatórias, fotos e vídeos de violência também teriam sido enviados e foram anexados à denúncia.
Ao analisar o pedido de habeas corpus impetrado pela defesa, o desembargador da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio destacou que o modus operandi do acusado revela “extrema ousadia e violência psicológica”, evidenciando risco de reincidência e a necessidade de custódia cautelar.
O acusado já possui histórico criminal, com condenação em 2019 por falsificação de documento, cujo trânsito em julgado ocorreu em 2021.
Entendendo o caso
Em abril deste ano, uma operação da 93ª Delegacia de Polícia de Volta Redonda, com apoio da 6ª Corregedoria Regional de Polícia (CRP) e da 5ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), resultou na prisão de quatro homens investigados por supostamente integrarem uma quadrilha que adotava práticas típicas de milícia, como cobrança de taxa de segurança de comerciantes. A investigação se baseou inicialmente em postagens em grupos de WhatsApp e depoimentos que não se confirmaram posteriormente na Justiça, incluindo dois desses homens ligados às forças de segurança e um empresário do setor automotivo com loja no bairro Califórnia.
Agora, a denúncia do MPRJ lança nova luz sobre o processo que resultou na prisão dos policiais. Apesar de uma decisão favorável à libertação expedida pela Justiça de Volta Redonda, um deles continua detido devido à nova denúncia apresentada à Justiça de Barra Mansa pelo homem agora alvo do processo por extorsão e agiotagem.
Diligências estão sendo realizadas pelas autoridades para localizar o acusado e efetivar a prisão preventiva.
A reportagem poderá ser atualizada caso a defesa do acusado se manifeste.