O Volta Redonda não usou na estreia da Taça Rio a camisa especial em homenagem a Arthur Vinícius, um dos dez mortos no incêndio no CT Ninho do Urubu, no último dia 8. A mãe do zagueiro rejeitou a homenagem e acusou a diretoria do Voltaço de oportunismo.

Segundo o site do O Globo, Marília Barros resolveu desabafar quando aconteceu o que para ela foi a gota d’água. O Flamengo procurou o Voltaço para pedir uma camisa da homenagem para colocar no museu rubro-negro, na Gávea, junto a do Vasco, em que a bandeira Rubro-Negra causou tanta comoção e polêmica.

“A verdade é que, em vida, o Arthur não teve o menor apoio do Volta Redonda. E agora o clube vem com esse discurso de comercializar camisas e doar parte da renda. Não quero parte de nada de lá. Todos sabem como funciona. A palavra é forte, mas a verdade é que são oportunistas”, disparou a funcionária pública. Arthur começou a jogar nas categorias de base do Voltaço aos 10 anos.

Na entrevista ao O Globo, Marília reclamou de gastos que teve com o menino que, no seu entender, deveriam ter sido bancados pela diretoria do clube. O último aconteceu quando teve de arcar com inscrição e uniforme para a disputa da competição em que Arthur Vinícius foi descoberto pelo clube RubroNegro. Quando o menino se lesionou, ela diz que foram abandonados.

“Não disponibilizou médico, não liberou exaMãe de Arthur rejeita homenagem da diretoria do Voltaço me, não conseguiu nenhum apoio na recuperação, não me deu sequer os remédios. Com muito custo, conseguimos algumas poucas sessões de fisioterapia”, lembrou.

Em meio às homenagens e ao luto que tomou a cidade de Volta Redonda, terra-natal de Arthur, a família do menino começou a se incomodar com a postura do clube quando ele ofereceu suas instalações para que ocorresse o velório. A diretoria, segundo dona Marília, não a chamou para conversar antes de negociar o menino com o Flamengo, em 2017. Mas agora queria trazer a família para perto.

Em nota, a diretoria do Volta Redonda afirmou que, “dentro do possível, oferece toda condição de trabalho para os jogadores das categorias de base”. O clube disse ainda que vai manter a homenagem a Arthur e, “caso a família se recuse a receber parte da renda referente à venda das camisas, que o dinheiro será destinado a instituições de caridade”.

Quanto à declaração de Marília Barros de que não foi consultada sobre a transferência para o Flamengo, o clube se defende e afirma que “a decisão partiu do atleta e que, em entrevista à Revista Veja depois da tragédia, a mãe do jogador enumerou outros clubes interessados na contratação do jovem zagueiro, o que mostra que ela tinha conhecimento das conversas para definir o destino da promessa”.

Foto: Divulgação VRFC

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