O prefeito de Barra Mansa, Rodrigo Drable, ao lado dos secretários de Fazenda Leonardo Ramos, de Educação, Fernando Vitorino, e de Saúde, Sérgio Gomes, informou sobre diversas medidas que o Poder Público Municipal definiu para os próximos dias no contexto da pandemia do novo coronavírus.

Na atualização dos números da doença no município, foram confirmados até a noite desta terça-feira (dia 21), 31 casos, sendo aproximadamente 20 pacientes da área de saúde. Seis pessoas estão internadas na Santa Casa do município, sendo quatro na enfermaria e dois no tratamento em ventilação mecânica. Outros 42 casos estão em investigação. A taxa de ocupação dos leitos é considerada relativamente baixa até o momento.

Barra Mansa está utilizando a Cloroquina no tratamento dos pacientes com a Covid-19. Para isso, adquiriu oito mil compridos, quantidade suficiente para atender entre 800 e mil pessoas. O Governo do Estado enviou 300 unidades do medicamento para o atendimento inicial a aproximadamente 30 pacientes. A Secretaria de Saúde também abasteceu o estoque de Azitromicina e Tamiflu. Com relação às máscaras de proteção facial foram compradas 208 mil unidades, em face da utilização de cerca de cinco mil unidades/dia por profissionais de saúde, servidores públicos e pessoas asiladas. Cada máscara tem vida útil de duas horas.

O secretário de Saúde, o médico Sérgio Gomes, disse que as unidades de Saúde estão funcionando em expediente normal. Por enquanto, como em outras localidades do país, as cirurgias eletivas continuam suspensas com o intuito de disponibilizar leitos para atender aos eventuais pacientes contaminados pelo vírus. “Planejamos o passo a passo para oferecer o suporte necessário na área da saúde neste momento da pandemia. Esta semana entrou em vigor o decreto da Prefeitura determinando o uso de máscaras irrestrito para pessoas que necessitam ir às ruas. Quero ressaltar que a medida é uma das melhores formas de prevenção à doença”.

O prefeito reforçou que a iniciativa segue o conceito do “eu cuido de você, e você cuida de mim”. Na sequência, o prefeito questionou Sérgio Gomes se o momento seria adequado para a volta às aulas. Ele afirmou que a situação ainda inspira cuidados especiais e que colocaria em risco a segurança dos alunos e dos próprios pais e avós. Diante desta realidade, o prefeito afirmou que as atividades escolares só serão retomadas quando for seguro para todos. As escolas continuarão fechadas enquanto for necessário.

Na oportunidade, o prefeito destacou que a Educação está há 25 dias com as atividades interrompidas e questionou o secretario da Pasta, Fernando Vitorino, sobre alterações no calendário letivo. Ele respondeu que, ainda que a área fique mais 30 dias com as aulas suspensas, é possível cumprir as 800 horas/aulas letivas presenciais determinadas pelo Ministério da Educação, adotando calendário especial com aulas aos sábados e feriados. Também reafirmou que o município não vai ministrar aulas no modelo EAD (Educação à Distância) em decorrência da realidade da maioria dos alunos. “Temos cerca de 19 mil educandos. Deste quantitativo, 14,5 mil não dispõem de Internet e computadores em casa. Assim, este método tornaria desigual a oportunidade de ensino  no município. Por outro aspecto, iniciamos no domingo (19), a entrega de cestas básicas a cerca de 12 mil famílias de alunos da rede municipal de ensino, em substituição a merenda escolar”, detalhou Vitorino, ressaltando que 5,5 mil cestas já foram entregues e outras mil serão distribuídas ainda nesta semana.

Vitorino reforçou que a continuidade da suspensão das atividades escolares vale também para as escolas da rede particular de ensino.

Crise

Rodrigo Drable perguntou ao Secretário de Fazenda, Leonardo Ramos, sobre os reais impactos da pandemia sobre a economia. Ele disse que: “Existe sim uma crise financeira, sem precedentes, que assola o mundo inteiro. Quando poderíamos imaginar uma queda de 305% no preço do barril de petróleo e também na bolsa de valores? Há um desaquecimento global da economia”.

Rodrigo lembrou que existem produtoras e empresas de mineração de petróleo que estão fazendo o descarte de material para esvaziar o reservatório. “A produção não para, no entanto não há capacidade de armazenamento. Com isso, o preço do barril de petróleo caiu muito. Barra Mansa tinha uma expectativa de receber este ano algo em torno de R$ 30 milhões referentes aos royalties do petróleo para investimento na cidade e, agora já existe uma projeção de decréscimo de R$ 20 milhões sobre este valor. Da mesma maneira que entra menos dinheiro na casa das pessoas para pagar as contas de água, luz, telefone e outras, a arrecadação da prefeitura também caiu. E isso é algo que nos preocupa, pois compromete a capacidade de realização do município em todos os setores”.

A arrecadação com ISS (Imposto Sobre Serviço) também sofreu queda de 25% em março passado. Segundo Leonardo Ramos R$ 45 milhões deixaram de circular na economia de Barra Mansa.
O chefe do Executivo disse que o valor significa menos R$ 1 milhão nos cofres públicos. “Esse montante seria o resultado da circulação dos R$ 45 milhões no município, o que significa uma desaceleração muito grande. Esse dinheiro que deixa de circular na área de serviço, também deixa de ser utilizado no comércio, na compra, no custeio de outras atividades. Isso é um indicador terrível de que a nossa economia está numa retração tremenda. Então, nós temos que tomar ações que permitam, mesmo neste cenário, retomarmos as atividades”.
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Rodrigo anunciou que, no próximo dia 27, assinará um decreto reabrindo o comércio, de maneira planejada com a seguinte condição: nas vias onde existe grande concentração de lojas, a reabertura será dividida em dois horários, das 9 às 14 horas e ou outro, das 15 às 20 horas. No dia seguinte, os horários serão alternados, ou seja, quem abriu às 9 horas abre às 15 horas e quem abriu às 15 horas abre às 9 horas.

Com isso, o prefeito acredita que, além de evitar a aglomeração nas ruas, também reduzirá o número de pessoas utilizando o transporte público no mesmo horário. Mas, foi taxativo: quem tem condições de ficar em casa, fique. Esta alternativa é para aqueles que chegaram ao limite da capacidade financeira exigida pelo isolamento social. “Temos o livre arbítrio e daí, cada pessoa precisa toar a sua decisão, de maneira muito consciente”, concluiu o prefeito, lembrando que o comércio é uma das maiores fontes geradoras de emprego do município.

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