A contagem regressiva para as eleições municipais de novembro começaram. A contar deste sábado (dia 8), faltam 99 dias para os eleitores irem às urnas escolherem seus representantes pelos próximos quatro anos na esfera municipal. Pelo calendário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), oficialmente as campanhas iniciam no dia 27 de setembro. Não significa, no entanto, que os pretensos candidatos estejam parados, seja ele de primeira viagem ou mais experiente. Muito pelo contrário, há alguns meses os trabalhos nos bastidores foram iniciados, a fim de promover as plataformas com propostas de governo.

É o que tem feito quase que diariamente Washington Tadeu Granato Costa. Pré-candidato a prefeito de Volta Redonda pelo partido Solidariedade, o vereador de 57 anos tem na experiência de cinco mandatos como pilar de seu discurso. “A bem da verdade, é que venho construindo a minha candidatura nos últimos 8 anos. Fui candidato a prefeito em 2008, tive uma votação expressiva, disputando com o [Antônio Francisco] Neto no auge da popularidade, e tive a mesma votação da Cida Diogo, que era deputada federal pelo PT. Então, de lá pra cá, a gente está construindo, estudando, aprendendo, vendo onde estão os defeitos, onde pode mudar, onde todos os  gestores estão passando e errando, onde está sendo inflado o erário público e a gente precisa desinchar. Então nós estamos trabalhando para isso, e vai dá certo”, afirmou em entrevista exclusiva à Folha do Aço.

Segundo Granato, seu plano de governo a ser discutido durante a campanha eleitoral está sendo elaborado com a participação popular. “A população está tendo a oportunidade de se manifestar. Tem que ser um plano de governo muito enxuto, coerente e sem coisas mirabolantes, porque você vai ter uma cidade totalmente endividada, o erário público com mais de R$ 3,5 bilhões de dívida. O prefeito anterior [Neto] e o atual [Samuca Silva] vão deixar esse cenário de dívida para o próximo gestor. Não gosto de falar em gestão, porque não deu certo. O próximo prefeito vai ter que ser um grande administrador, para fazer esse equilíbrio fiscal e financeiro”, afirma.

Projetando o debate durante o pleito eleitoral sobre a parte econômica do município para os próximos anos, o pré-candidato do Solidariedade aponta que a pauta deve passar pelo tema desequilíbrio financeiro e as dificuldades para a manutenção da estrutura física pública. “A próxima eleição não vai ter esse acordo de cavalheiros, como aconteceu na última, quando houve um acordo para não discutir questões mais profundas. O povo quer um debate, principalmente a juventude, que mostre o que pode ser feito. A discussão para a geração de emprego e renda para a cidade. Como vai ficar nosso município depois da Covid-19. Qual o plano B que cada administrador, porque serei administrador e não vou ser gestor, para enfrentar essa crise. Vão ser muito difíceis os próximos dois anos. Vai ser uma administração voltada para as pessoas, porque vai ter muito desemprego, muita fome e a insegurança vai aumentar muito”.

Amadurecimento

Provocado a traçar uma comparação de seu momento atual com a sua primeira disputa pelo Poder Executivo, em 2008, Granato destaca o “amadurecimento e a preparação técnica e política para poder enfrentar esse cenário”. Sobre a disputa pelo Palácio 17 de Julho, o pré-candidato considera que as cartas do jogo eleitoral ainda estão embaralhadas no tabuleiro político de Volta Redonda.

“O cenário ainda está muito confuso. Tem o prefeito, que é e não é candidato. Você tem o Baltazar, que é da administração pública, que foi convidado pelo prefeito para ser candidato, quando ele resolveu desistir. Você tem o Neto, que um advogado usou uma expressão interessante, dizendo que ele está fazendo é estelionato político, porque ele não pode [por estar inelegível], mas quer, e fala que é [candidato]. Tem o Alex Martins, da OAB; Alexandre Habibe, uma pessoa que gosto muito; a Cida Diogo, do PT; e outros bons nomes. Tem a Dayse Penna, que agora parece que está fundindo com o PSL. A gente não entende muito, a extrema-direita fechar com a esquerda. Política deixa a gente assim, às vezes, meio confuso, estarrecido com tudo. É aquela mistura de água com vinho”, comparou.

A respeito da primeira medida como prefeito, caso vença as eleições de novembro, Granato garante que uma auditoria será realizada para verificar a situação real da administração municipal. Além disso, segundo ele, praticamente todos os contratos com Organizações Sociais (OS) e de serviços terceirizados serão cancelados. “Não vou roubar e não vou deixar que ninguém roube. Não tem essa história: ‘ah, mas eu tenho uma OS’. Mas quanto custa uma OS hoje? Quanto o Hospital São João Batista gastava mensalmente? R$ 4 milhões, no pico e com os insumos. E hoje? R$ 8 milhões. É justo? Não é. E o Hospital do Retiro, quanto se gastava? R$ 1,8 milhão, R$ 1,9 milhão, por mês. E hoje? R$ 4 milhões. É justo? É dinheiro público saindo pelo ralo”, exemplificou.  

Por fim, Washington Granato coloca os investimentos em Educação (do qual se declara um entusiasta), a Saúde e a ciência e tecnologia como bandeiras a serem defendidas num possível futuro governo. “Tenho convicção que vou para o segundo turno, e estou extremamente preparado para enfrentar essas heranças de dívidas do erário para serem resolvidas”, conclui o pré-candidato.

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