Integrantes do movimento ‘Loteamento da Paz’ protestaram na quinta-feira (dia 20) em frente ao Palácio 17 de Julho, sede da prefeitura de Volta Redonda, por moradias adequadas para 500 famílias desabrigadas. O grupo pressiona o prefeito Neto (DEM) a cumprir uma promessa apresentada ainda em seu quarto mandato (2012 – 2016): fornecer habitação digna para pessoas que vivem em áreas de ocupação irregular.
“Estamos em busca de moradia. Estamos tentando falar com o prefeito Neto e ninguém aparece para nos receber aqui”, disse uma das responsáveis pela manifestação em contato com a Folha do Aço.
De acordo com a representante, que pediu para não ser identificada, os acampamentos do ‘Loteamento pela Paz’ não possuem uma localização fixa, mas estão restritos a áreas nos bairros Siderlândia, Santa Rosa e Jardim Belmonte, localizados na margem esquerda do Rio Paraíba, na divisa entre Volta Redonda e Barra Mansa.
“Nesse local já ocorreu uma integração de posse, mas eles [autoridades] não tiveram êxito e nós continuamos no terreno. Hoje, nós temos pouco mais de quatro mil pessoas morando nessa ocupação”, esclareceu.
Além das dificuldades já conhecidas por coletivos de pessoas desabrigadas, como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ‘Loteamento da Paz’ alega não receber apoio do poder público – na figura de vereadores – ou de Organizações Não Governamentais (ONGs). O movimento, inclusive, já tentou contato com parlamentares da atual legislatura, mas não obteve retorno.
Como se quatro mil pessoas desabrigadas não fosse uma situação grave o bastante, a representante do movimento relata que a truculência das autoridades é uma constante na vida dos desabrigados, que já chegaram a ter uma ocupação fixa no Siderlândia, mas foram retirados da área, segundo relatos, com certa brutalidade pelas autoridades. Para piorar, com a chegada da pandemia de Covid-19, certas desigualdades, como é o caso da falta de moradias, foram agravadas ainda mais.
Com o ‘Loteamento da Paz’, a história não foi diferente. Conforme relato da representante do movimento, o número de pessoas que passaram a morar nos acampamentos cresceu vertiginosamente. “Temos gente de tudo quanto é jeito: moradores de rua, pessoas que foram despejadas, pessoas que não tinham mais onde recorrer para pagar o aluguel”, relatou.
Para sexta-feira (dia 21), está programada a entrega na Defensoria Pública do Estado do cadastro de todas as cerca de 500 famílias atendidas pelo movimento. Até o momento desta publicação, a Prefeitura de Volta Redonda não havia se manifestado a respeito da manifestação e das solicitações apresentadas pelo movimento.