A terceira dose de sua vacina AstraZeneca aumenta “significativamente” o nível de anticorpos contra a nova variante Ômicron. A informação foi anunciada nesta quinta-feira (dia 23), pela farmacêutica que fabrica o imunizante.
A afirmação tem base em estudo de laboratório da Universidade de Oxford, e a AstraZeneca anunciou, em comunicado, que os níveis de anticorpos que neutralizam a Ômicron após uma terceira dose da vacina foram globalmente similares aos níveis alcançados após as duas doses contra a variante Delta.
A farmacêutica anglo-sueca acrescentou que “os níveis observados após uma terceira dose foram maiores do que os anticorpos encontrados em indivíduos que haviam sido previamente infectados e se recuperaram naturalmente” das variantes Alfa, Beta, Delta e linhagens originais do SARS-CoV-2.
A empresa esclareceu que o estudo da terceira dose foi conduzido “de forma independente” por investigadores da Universidade de Oxford, com quem a AstraZeneca desenvolveu a sua vacina.
“É muito encorajador ver que as vacinas atuais têm o potencial de proteger contra a Ômicron após uma terceira dose de reforço”, afirmou John Bell, um dos pesquisadores da Universidade de Oxford que conduziram o estudo.
Vários trabalhos recentes, realizados em laboratório, mostram que o nível de anticorpos diminui contra a Ômicron em pessoas vacinadas com os imunizantes da Pfizer/BioNTech, Moderna e ainda mais com a vacina da AstraZeneca ou da chinesa Sinovac.
Paralelamente, a Pfizer e a Moderna também anunciaram recentemente que uma dose de reforço das suas vacinas parece aumentar significativamente a imunidade por anticorpos, mas faltam dados sobre quanto tempo essa proteção dura. Embora os dados iniciais sejam positivos, a AstraZeneca anunciou na terça-feira (21) que está trabalhando com a Universidade de Oxford para produzir uma vacina específica para a Ômicron.
A nova variante já foi detectada em 106 países e já é dominante em vários países, tendo assim superado a Delta.
Apesar de ser mais transmissível, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que ainda não existem dados que permitam concluir que a Ômicron é menos ou mais grave que Delta.
Novos estudos indicam que a Ômicron é mais contagiosa, mas menos perigosa que a Delta. Pesquisas realizadas no Reino Unido, na África do Sul e Escócia revelam que as internações hospitalares de doentes infectados com a variante Ómicron diminuem entre 40% e 45%, em comparação com a Delta.
Apesar de ser necessário maior número de anticorpos para neutralizar a nova variante, a OMS e o regulador europeu de medicamento consideram que as vacinas aprovadas para a covid-19 continuam eficazes contra a doença grave, hospitalizações e morte.
O diretor-geral da OMS alertou nessa quarta-feira (dia 22) sobre a ilusão de que bastaria administrar doses de reforço para sair da pandemia de Covid-19. “Nenhum país será capaz de sair da pandemia com doses de reforço e esse reforço não é um sinal verde para comemorar, como já avisamos anteriormente”, disse Tedros Adhanom.
Com informações da Agência Brasil